ANDRÉ SILVA
Alunas da Escola Estadual Professor Lima Neto, localizada no Bairro Infraero II, no loteamento Parque dos Buritis, Zona Norte de Macapá, dizem que desde o início do ano vêm sofrendo com o assédio de um professor. Elas contam que o assédio acontece com frequência e que o professor tem usado de palavras de baixo calão para se dirigir a elas.
Um grupo de alunas do primeiro e segundo ano do ensino médio se recusam a assistir às aulas do professor, que se apresentou no ano passado para substituir a colega que está de licença maternidade.
As estudantes têm entre 15 e 17 anos, e contam que os abusos começaram a acontecer desde o ano passado, no primeiro dia de aula.
“Logo no primeiro dia que ele começou a dar aula para nossa turma, já me olhou diferente e disse ‘que corpão lindo’, fiquei toda envergonhada e não sabia o que fazer”, conta uma das alunas que preferiu não se identificar.
As alunas dizem ainda que o professor tem histórico desse tipo de comportamento em outros colégios que trabalhou. Os relatos não pararam por aí, e ficaram mais graves.
“Ele sempre convidava a gente para ir a um terreno que ele tem. Um dia ele convidou uma colega nossa e ela disse que iria levar o namorado dela, e ele disse pra ir apenas ela e mais duas amigas”, relatou outra estudante.
A gota d’água aconteceu na última sexta-feira, 20, quando no meio da aula ele falou palavras ‘agressivas’ e ‘depravadas’.
“No meio da aula ele começou a ‘cantar’ as meninas e não deu aula. Fomos à secretaria e o denunciamos à coordenadora. Ela fez um relatório e disse que iria falar com o diretor”, conta outra aluna.
O diretor da escola, Ademar Brito, ficou sabendo do fato ainda na sexta-feira, por volta da 18 horas. Ele disse que o procedimento tomado é o preenchimento da ocorrência em uma ata da coordenadoria. Após isso, o relatório é encaminhado para a Secretária de Educação do Estado e o professor é devolvido.
“Nossa orientação é que os pais que se sentirem prejudicados procurem a Delegacia da Mulher para registrar boletim de ocorrência e denunciar o assédio”, orientou o diretor.
Ademar reforçou que vai devolver o professor à Secretaria de Educação.