CÁSSIA LIMA
O prédio da Universidade Estadual do Amapá (Ueap) continua ocupado por alunos do movimento estudantil independente. A ocupação foi feita no final da tarde de quarta-feira, 4, após protesto com queima de pneus na esquina da instituição. Nesta manhã, os técnicos que chegaram para trabalhar foram proibidos de entrar no prédio. Os alunos exigem uma reunião com o governador Waldez Góes.
Cerca de 50 alunos fazem revezamento para manter trancadas as 4 entradas da sede da Ueap, localizada no Centro da cidade. Os estudantes trancaram com correntes e cadeados os portões e não permitem a passagem de ninguém. Técnicos não puderam trabalhar nesta manhã, o que paralisou 100% o funcionamento da universidade.
A Ueap já estava em greve há 60 dias com paralisação de 70% dos professores e técnicos. Segundo o estudante do 5º semestre do curso de Filosofia, Fábio Luis, nenhum governo cumpriu a lei que garante 2% do ICMS da arrecadação do Estado para o funcionamento da universidade.
“Se está previsto em lei que o valor seja repassado, por que isso não ocorre? O secretário de planejamento diz que o dinheiro está sendo usado para pagar os servidores. Está claro que o gestor comete crime de improbidade administrativa e não tem compromisso com a universidade”, reclamou o estudante.
Segundo dados apresentados pelo movimento de ocupação da Ueap, 2% do ICMS arrecadado pelo governo em 2016 dá algo em torno de R$ 3,6 milhões. Contudo, apenas R$ 600 mil teriam sido repassados para que a universidade arcasse com os custos com 2 mil estudantes, 120 técnicos e 160 professores.
A Ueap foi fundada em maio de 2006 com o objetivo de ofertar cursos que a Universidade Federal do Amapá (Unifap) não tinha. Mas, com o passar do tempo, as condições na Universidade foram ficando insustentáveis.
O movimento estudantil alega que os cursos não têm estrutura mínima para funcionar, a exemplo do curso de Filosofia que é puramente teórico, mas não conta com livros. A graduação de música não possui sequer um instrumento.
Os acadêmicos prometem continuar ocupando a instituiçāo até conseguirem uma reunião com o governador, mas alertam que o governo deve apresentar propostas práticas para uma solução dos problemas da universidade.
O site SELESNAFES.COM entrou em contato com o reitor da Ueap, professor Perseu Aparício, mas ele disse por telefone que não irá se pronunciar sobre o assunto.