No Amapá, blitz marca o Dia de Combate à Violência Infantil

Nos quatro primeiros meses desse ano, 64 denúncias de violência contra crianças e adolescentes foram registradas no estado
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ANDRÉ SILVA

Uma blitz educativa marcou o Dia de Combate à Violência Contra a Criança e Adolescente no Amapá. Em 2015, o número de casos registrados foi de 220 no estado. Nos quatro primeiros meses desse ano, já somam 64 o número de denúncias. A violência sexual e a física ainda são as de maior incidência.

Segundo informações do Grupo de Atividades e Monitoramento de Agravos por Fatores Externos (Gamafe), departamento ligado à Coordenadoria de Vigilância e Saúde (CVS) do Estado, os números não condizem com a realidade.

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Ana Cristina, responsável técnica do Gamafe. Fotos: André Silva

“A gente sabe que esses números não são reais, por conta das notificações que não eram realizadas de forma correta. Agora, depois do treinamento dos profissionais dos diversos setores quanto ao correto atendimento, teremos um melhor quadro da verdadeira situação do estado”, explica Ana Cristina, responsável técnica do Gamaf.

Ação ocorreu no município de Santana

Ação ocorreu no município de Santana

A blitz aconteceu na manhã desta quarta-feira, 18, no Bairro Igarapé da Fortaleza, em Santana, 17 quilômetros de Macapá, e teve a intenção de alertar a população para os casos de violência infantil, que em muitas vezes, acontece no ambiente familiar.

O caso mais emblemático e que deu origem ao dia de combate e a formulação de uma lei que protege as vítimas, foi o da menina Araceli, de 8 anos, que foi brutalmente violentada por jovens de classe média alta no ano de 1973. Dias depois o corpo dela foi encontrado carbonizado e os acusados até hoje continuam em pune.

A diretora do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), Nadabe Caroline, conta que a maior arma ao combate ainda é a denúncia.

vilencia infantil -Cras

Nadabe Caroline, diretora do Cras: “as pessoas podem usar o disque 100, sem precisar se identificar”

“Os casos só tem aumentado. Mas as pessoas podem usar o disque 100, sem precisar se identificar. As pessoas ainda tem medo de falar, mas elas podem ficar despreocupadas porque a identidade delas será preservada”, informa Nadabe.

Ela conta que a violência sexual ainda é maior do que a violência física, e que os casos só têm aparecido porque a rede de atendimento está mais fortalecida. Departamentos como Delegacia da Mulher, centros de atendimentos especializados, delegacias especializadas em crimes contra a criança e adolescente são os principais pontos de denúncias, além do disque 100.

O governador Waldez Góes vai assinar, na tarde desta quarta-feira, 18, um decreto que torna lei a notificação compulsória dos casos de vários tipos de violência contra a pessoa.

Seles Nafes
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