Sem previsão de acordo, greve da Ueap completa três meses

Movimento grevista tem como principal pauta o orçamento fixo da universidade e o Plano de Carreira, Cargos e Salários dos técnicos
Compartilhamentos

CÁSSIA LIMA

A Universidade Estadual do Amapá (Ueap) completa nessa sexta-feira, 17, três meses em greve geral unificada e 10 anos de existência. Uma reunião na manhã dessa sexta-feira, 17, no campus 2 avaliou a proposta do governo em suspender a greve, mas a decisão final será decidida na próxima semana.

O movimento de greve tem como principal pauta o orçamento fixo da universidade e o Plano de Carreira, Cargos e Salários dos técnicos (PCCS). Segundo o técnico Gean Freitas, na última reunião com o governo uma sequência de atividades sobre o PCCS foi encaminhada, mas sem resposta positiva.

Gean Freitas. Fotos: Cássia Lima

Gean Freitas, técnico da Ueap: “governo nos respondeu, mas não deu prazos”. Fotos: Cássia Lima

“A ideia é que a greve seja suspensa, mas que o governo reserve recursos para nosso PCCS de 2017 e que seja aberta uma mesa de diálogo até a aprovação do orçamento no próximo ano. O governo nos respondeu, mas não deu prazos”, disse Gean.

Os técnicos pedem no PCCS o direito a capacitação, aposentadoria e equiparação salarial. Hoje um técnico da Ueap ganha R$ 3.800 mil enquanto no Estado um engenheiro recebe R$ 7 mil, trabalhando 40 horas semanais.

ténicos debatem proposta do governo

Proposta do governo foi debatida durante encontro de técnicos da instituição

“Trabalhamos a mesma carga horária em condições insalubres e sem infraestrutura por um salário que vale 50% do pagamento de um técnico do Estado. Queremos igualdade com o PCCS”, pediu o técnico.

A Ueap tem 96 professores efetivos e 53 do contrato. Nesses três meses de greve, o governo dialogou apenas três vezes. Na última vez, o estado pediu que os alunos desocupassem o prédio da instituição em troca de um repasse mensal de R$ 700 mil.

Marlom Vaz

Marlom Vaz, acadêmico: “nosso maior receio é terminar a greve e não conquistar nada”

“Nosso acordo com o governo diz que todo dia dez de cada mês esse valor seria repassado. Hoje é 17 e não temos dinheiro nenhum na conta da universidade. Nosso maior receio é esse, terminar a greve e não conseguir nada”, destacou o acadêmico de filosofia Marlom Vaz.

Apesar dos muitos diálogos e explanações nesta manhã, a categoria decidiu votar a proposta do governo na próxima semana. Para os professores, ainda é válido mandar uma outra contraproposta ao Estado.

“Nossa pauta é o PCCS e o orçamento da universidade. É possível que façamos outra proposta ao governo com prazo e datas bem definidos, que é isso que mais nos incomoda. Queremos ter certeza de que vamos ser atendidos”, justificou Marcelo Silva, presidente adjunto do Sindicato dos Professores.

A assembleia geral dos grevistas será na quinta-feira, 23, às 10h, no auditório do campus 2, localizado na Avenida Procópio Rola, Centro.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!