Engenheiro que raptou a filha em Pernambuco é preso no Amapá

A menina estava com ele há 3 dias em um imóvel na Área Portuária de Santana
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OLHO DE BOTO

Numa operação que teve ingredientes de cinema, a Polícia Civil do Amapá prendeu no município de Santana o engenheiro que havia raptado a própria filha no estado de Pernambuco. Há indícios de que ele pretendia fugir do país com a menina de apenas 1 ano e 10 meses pela fronteira de Oiapoque com a Guiana Francesa.

O caso teve grande repercussão no Nordeste. Janderson Rodrigo Salgado de Alencar, de 29 anos, estava sendo procurado pelo Norte do país desde o último dia 10, quando não devolveu a filha Júlia Cavalcanti para a mãe que possui a guarda legal da criança. A polícia de Pernambuco afirma que ele havia sacado R$ 400 mil na época da fuga, demonstrando que havia um plano.

Júlia foi raptada pelo pai no dia 10 de julho. Foto: Folha de Pernambuco

Júlia foi raptada pelo pai no dia 10 de julho. Foto: Folha de Pernambuco

Janderson Alencar estava com o mandado de prisão decretado pela comarca de Olinda (PE) e estava sendo procurado também pela Polícia Federal e Interpol. Na fuga, ele passou pelos estados do Rio Grande do Norte, Maranhão e Pará.

A Polícia Civil do Amapá foi alertada e começou a investigar. Nos últimos 3 dias, o Centro de Inteligência de Operações da Sejusp recebeu informações de que um homem e uma criança de fora estavam hospedados há poucos dias em um kitnet na Área Portuária de Santana.

Engenheiro rendido: ele acreditou na história e permitiu a entrada do falso eletricista no imóvel

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O delegado Uberlândio Gomes assumiu as investigações e passou a fazer o monitoramento do acusado que estava hospedado em um kitnet na Área Portuária de Santana. O imóvel tinha sido alugado assim que o engenheiro chegou numa embarcação vinda de Altamira (PA).  

“Ele estava esperando uma parente dele chegar de Santarém para ajudá-lo na fuga. Provavelmente ia atravessar para a Guiana Francesa”, comentou o delegado Uberlândio.

Janderson Alencar passou os últimos 3 dias enclausurado com a filha no kitnet. Ele não saia do imóvel nem para comprar alimentos.

“Ele contratava taxistas que faziam isso. Ele nem descia do kitnet para apanhar os alimentos e artigos que a criança precisava como fraldas. Ele estava bem escondido”, acrescentou o delegado.

 A Polícia Civil do Amapá precisou ter muito cuidado, já que o engenheiro havia prometido matar a criança e se matar se percebesse que seria preso, segundo informou a polícia pernambucana. Foi então que os policiais amapaenses tiveram a ideia de cortar a energia do kitnet na tentativa de forçar o engenheiro a descer do imóvel. Não deu certo.

O engenheiro havia prometida matar a criança e se matar se percebesse que seria preso. Foto: Olho de Boto

O engenheiro havia prometido matar a criança e se matar se percebesse que seria preso. Foto: Olho de Boto

Com ajuda da proprietária do kitnet, foi criada uma história. Ela informou ao engenheiro que tinha chamado um eletricista para checar a instalação do kitnet. O engenheiro acreditou.

O eletricista na verdade era um agente da Polícia Civil do Amapá. Ele entrou no imóvel com o consentimento do engenheiro e quando percebeu que Janderson se afastou da menina por alguns instantes gritou uma frase que era o sinal para a invasão: ‘traz o alicate’.

Os policiais invadiram o imóvel e imobilizaram o engenheiro. Ele não teve tempo de reagir. Os policiais encontraram com ele mais de R$ 25 mil em dinheiro.

Duas delegadas de Pernambuco que estavam em Belém desembarcaram em Macapá no início da madrugada deste domingo, 24, para interrogar o engenheiro e recambiá-lo. A menina foi entregue para o Conselho Tutelar e também deve ser levada de volta para Olinda ainda neste domingo.

Seles Nafes
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