Acusado de estupro viu atleta treinando antes do crime, diz polícia

Menor foi violentada em quarto de hotel no Centro de Macapá. Acusado continua foragido
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CÁSSIA LIMA

A Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derca) já identificou o homem acusado de estuprar uma atleta de 16 anos do Ceará, no dia 6 de agosto, em um hotel no Centro de Macapá. Segundo a polícia, o acusado já possui passagem no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes Contra Crianças e Adolescentes (Dercca), o acusado pulou o muro do hotel, subiu na sacada do quarto da jovem e entrou pela janela.

Delegado Daniel Mascarenhas: "

Delegado Daniel Mascarenhas: “ele deve ter visto ela durante o treino”

“Ele deve ter visto ela durante o treino, nutriu um sentimento, já que a moça é jovem e bem afeiçoada, e ficou à espreita para atacar. Já ouvimos os outros membros da delegação do Ceará e ninguém ouviu nada”, explicou o delegado Daniel Mascarenhas.

A polícia não divulgou o nome do acusado para não atrapalhar as investigações, mas o delegado afirma que ele já foi identificado e que possui passagem pelo Iapen.

“Ele tem histórico, já cumpriu pena no Iapen. Já sabemos que ele frequenta a orla e bate com as imagens das câmeras de segurança. Não podemos divulgar o histórico dele, mas ele é problemático”, disse o delegado.

O delegado aguarda os depoimentos dos funcionários do hotel para concluir o inquérito.

14 casos

O estupro da atleta de karatê faz parte de um índice preocupante. De acordo com recente levantamento de dados da Derca, em média 14 crianças e adolescentes são vítimas de violência sexual estuprados no Amapá por mês. Há dois anos isso girava em torno de 7 casos ao mês. 

O levantamento mostrou que, atualmente, os acusados são tios, avôs e pais das vítimas. Essa incidência aumentou após decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar estupro não apenas a conjunção carnal, mas o toque e o beijo lascivo.

 “Esses dados são absurdos para nossa realidade. A informação tem sido um fator para o aumento dos casos, mas muitas mães são coniventes e denunciam o estupro apenas quando são traídas ou abandonadas por esses homens. Para elas uma traição tem um valor simbólico mais alto que sua filha ser violentada. É absurdo, mas é a realidade”.

Seles Nafes
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