Morte de empresário teria sido motivada por dívida, afirma acusação

Júri entrou no segundo dia. Corpo do empresário nunca foi encontrado
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CÁSSIA LIMA

O Tribunal do Júri de Macapá iniciou na manhã desta terça-feira, 27, o segundo dia de julgamento dos dois acusados de matar Pedro do Carmo da Silva, empresário conhecido como ‘Pedrão’. Segundo o Ministério Público do Amapá, o crime ocorrido em 2012 foi motivado por uma dívida de R$ 30 mil.

O julgamento iniciou na segunda-feira, 26, quando foram ouvidas 15 testemunhas e os dois acusados: Alcemir dos Santos e Rafael Mendonça Goés, que respondem em liberdade. Abraão Martins Dias também era réu, mas faleceu no ano passado.

Os acusados eram amigos e parceiros de negócios de Pedrão, e são julgados por homicídio. Durante o julgamento, eles foram acusados de matar, tocar fogo no corpo da vítima e jogar os restos no rio. Por não ter testemunhas do crime e o corpo da vítima nunca ser encontrado, a data do homicídio não é exata.

Pedrão saiu de casa para fazer uma cobrança e nunca mais voltou. Foto: Arquivo

Pedrão saiu de casa para fazer uma cobrança e nunca mais voltou. Foto: Arquivo

“Há indícios, como consta nos autos do processo, que Rafael estava devendo R$ 30 mil para Pedrão por uma negociação que envolvia um veículo Triton e um galpão. Testemunhas confirmaram a negociação e a dívida”, alegou o promotor do caso, Vinícius Carvalho.

Apesar da denúncia do MP, o promotor acredita, tendo como base os depoimentos das testemunhas, que Alcemir dos Santos é inocente do crime. Para o promotor, ele (Alcemir) tinha relações comerciais com a vítima, mas também havia amizade.

“Ele não estava envolvido no crime e nem na negociação. Por isso, já pedimos que o nome dele seja retirado do processo e já anunciamos que, no nosso entendimento, que ele deve ser absolvido”, frisou o promotor.

Estampa na casa de um dos parentes

Estampa na camisa de um dos parentes: homenagem

O advogado do outro réu, Rafael Mendonça, afirma que ele não devia nada para Pedrão. Os dois mantinham negócios, mas nada de dívidas. Portanto, não havia razão para o crime.

“Rafael era amigo do Pedrão e fazia negócios com ele sobre revenda de veículos. Mas não devia nada. O carro da vítima estava com Rafael porque ele estava emprestado. Tanto é que, quando soube do desaparecimento do amigo, Rafael ficou tão preocupado como o resto da família. E aí ele decidiu devolver o carro e eu mesmo o acompanhei”, destacou o advogado Maurício Pereira.

Maurício Pereira: não existia dívida

Maurício Pereira: não existia dívida

 Desaparecimento

O empresário foi visto pela última vez no Bairro São Lázaro, na Zona Norte de Macapá, no dia 11 de abril de 2012, quando saiu de casa para fazer uma cobrança e não voltou mais. No dia 16 do mesmo mês, Rafael foi à casa de Pedrão e deixou o carro da vítima, um new beatle (novo fusca), para os familiares dele.

Na época, parentes de Pedrão já estavam há mais de 120 dias sem notícias da vítima. Eles chegaram a oferecer uma recompensa de R$ 100 mil para quem oferecesse informações sobre o paradeiro dele ou do seu cadáver.

Seles Nafes
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