ANDRÉ SILVA
A ocupação no prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá e Pará (Dsei) já entrou no sexto dia. Índios das quatro etnias localizadas no estado continuam chegando. O número de ocupantes pode chegar a 150 ainda nesta segunda-feira, 24. Eles dizem que a maioria das solicitações que fazem para o Dsei não chegam ao Ministério da Saúde.
Esse é o principal motivo do pedido de saída da atual diretora do órgão, Vanderbilde Marques. Segundo os índios, todos os pedidos que envolvem a saúde da aldeia não são encaminhados ao seu destino.
“Quando o indígena faz um documento solicitando alguma coisa, sobre saúde, e manda pra ela, ela não manda pra Brasília. Tem um indígena que viajou pra lá em um encontro, chegou lá procurando esse documento, o documento ainda está aqui, na mão dela”, denunciou um dos líderes do movimento, Seki Wajãpi.
Seki disse que uma criança de dois meses de idade chegou a morrer em sua aldeia por falta de medicamento e atendimento médico. Ele explica que o atendimento na comunidade acontece em postos centrais localizados em cada aldeia, e que há carência de remédios e profissionais para alguns postos.
“Tem que sair a gestora”, insistiu o líder indígena.
Eles tinham programado a desocupação para o último sábado, 22, mas, com a negativa da exoneração da atual gestora, o prazo foi adiado para a próxima sexta, 28. Nessa data, os ocupantes acreditam que a nova gestora possa tomar posse.
O líder diz ainda que mais 45 índios estão chegando para se juntar ao restante. Com a ocupação, os funcionários do prédio estão impedidos de trabalhar.
O site SELESNAFES.COM tentou contato com a diretora do Dsei, Vanderbilde Marques, mas ela não retornou as ligações.