CÁSSIA LIMA
A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) ainda não foi oficialmente notificada da decisão do Tribunal de Justiça (Tjap) que suspende a eleição da mesa diretora marcada para quinta-feira, 27. Até o inicio desta tarde também não haviam chapas inscritas.
De acordo com funcionários da secretaria legislativa da Alap, o atual presidente da casa, deputado Jaci Amanajás (PV), não foi oficialmente notificado pela justiça e até isso ocorrer segue a programação da eleição marcada para às 9h de quinta-feira.
Nos bastidores do parlamento estadual, assessores e chefes de gabinetes concordam que a eleição vai acabar não ocorrendo, mas também afirmam que é possível uma reviravolta jurídica. Nesse caso, é unânime que apenas uma chapa seja inscrita para o possível pleito. O regimento interno da Alap prevê inscrição de chapas até 2 horas antes da eleição.
Mandado de segurança
A decisão de suspensão da eleição é resultado de um mandado de segurança impetrado pelo deputado Kaká Barbosa (PT do B), que reivindica a permanência na presidência da Alap no biênio 2017/2019. Ele foi eleito para o cargo no dia 31 de maio deste ano, quando ainda presidia interinamente a assembleia após o afastamento do deputado Moisés Souza (PSC).
Na tarde da última quarta-feira, 25, o juiz Luciano Assis determinou a suspensão da eleição da mesa diretora até dia 31, quando o pedido de liminar será apreciado em uma sessão do Pleno do Tribunal de Justiça.
Projeto de Resolução
Paralelo ao mandado de segurança, já foi aprovado na Assembleia Legislativa um Projeto de Resolução que proíbe o deputado Kaká Barbosa (PT do B) de participar de todas as comissões permanentes da casa.
O projeto é do deputado Augusto Aguiar (PMDB), que é rival declarado de Kaká. Aguiar entrou com reclamação em maio deste ano. No documento, ele dizia que a eleição que escolheu o deputado Kaká Barbosa para o biênio 2017/2019 não tinha seguido o devido processo legal na Alap.
Na semana passada, ele reiterou o pedido, e essa reclamação foi para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa que deu um parecer favorável a Aguiar, afastando Kaká de comissões que ele participava e proibindo de entrar em novas.
Além disso, a CCJ já deu um parecer favorável a um requerimento para que seja formada uma Comissão Especial para apurar possíveis ilegalidades na gestão do deputado Kaká. Os membros da comissão serão anunciados nos próximos dias.