ANDRÉ SILVA
As regras para as eleições mudaram muito. O uso de propaganda em muros, placas, cartaz e som tem diminuído gradativamente e isso tem causado um efeito positivo para alguns, mas nem tanto para outros. Sem falar nas propagandas televisiva e radiofônica que também sofreram redução.
Para o vigilante Edson Pereira, de 38 anos, a mudança foi muito boa, principalmente no quesito limpeza.
“Depois dessas novidades nós pudemos sentir e ver as ruas mais limpas. Você vê que antes até atrapalhava o direito de ir e vir por conta das placas que ficavam por cima da calçadas. Então o ambiente ficou mais limpo com isso.” observou o vigilante.
Há quem acredite que de alguma forma essas novas regras prejudicaram os candidatos. A gari Giovana Alves (foto destaque), de 31 anos, percebe a dificuldade que os candidatos vem enfrentando para apresentar suas propostas.
“A gente tem visto pouca divulgação dos candidatos. Não ouvimos mais aquelas musicas altas até tarde da noite, o que incomodava muito. Até o tempo da televisão mudou. Pra mim melhorou muito agora pra eles não sei não”, contou Giovana.
Internet
As regras obrigaram os políticos a usarem novas estratégias de marketing e propaganda para mostrar para a população suas propostas, e a internet que se mostrou um campo imenso e inexplorado, agora tem servido de refúgio para quem pretende se eleger.
“Percebermos que a manifestação na internet tem sido mais livre e bem mais ampla do que na rua. Lá, eles se expressam de todas as formas possíveis, tanto de maneira correta quanto incorreta, ofendendo os adversários”, observou a estudante Thalissa Gouvêa de 19 anos.
Reforma eleitoral busca paridade
As mudanças nas regras das campanhas eleitorais vem acontecendo desde 2009. A reforma eleitoral que veio com a lei 13.165 reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias, aumentou as inserções nos horários reservados em meios de comunicação e trouxe uma cláusula de barreira ou desempenho, que é aquela que torna obrigatório que o candidato obtenha 10% do coeficiente geral.
“A finalidade é garantir a paridade na disputa. O seu João que tem R$ 10 milhões e o seu José que tem apenas R$ 1 mil vai gastar dentro do limite dado pela legislação federal. Antes era o candidato que dizia quanto iria gastar, hoje é a lei do Tribunal Superior Eleitoral quem vai dizer quanto é esse limite”, explicou o especialista em Direito Eleitoral, Eduardo Tavares.