Estudante que morreu em delegacia era inocente, afirma polícia

Acusado de matar e mentir a respeito da vítima foi preso nesta sexta-feira, 28
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DA REDAÇÃO

A Polícia Civil de Oiapoque prendeu nesta sexta-feira, 28, um jovem de 20 anos que teria participado da sessão de espancamento de um estudante que depois acabou morrendo no Ciosp da cidade em virtude dos ferimentos. Segundo a PC, os agressores acusaram a vítima de roubo, alegando ter sido esse o motivo de um linchamento.

Mas, segundo as investigações, a vítima, Erick Wilame Góes, de 19 anos, e Alexandro Davi Ferreira Mendes, o acusado,  cresceram no mesmo bairro, mas desde criança se desentendiam e brigavam. Ou seja, eram desafetos desde sempre.

Na madrugada do dia 4 de outubro, Erick, que era estudante e bastante querido no bairro, teve mais um desentendimento com Alexandro Davi, mas estava em desvantagem numérica.

Acompanhado apenas de um irmão, ele sofreu agressões com pauladas e pedradas na cabeça desferidas pelo desafeto que estava acompanhado de vários colegas, afirma a polícia.

Alexandro Davi Mendes teve a prisão preventiva decretada por homicídio. Foto: PC/Divulgação

Alexandro Davi Mendes, o antigo desafeto: prisão preventiva decretada por homicídio, mas também responderá por denunciação caluniosa. Foto: PC/Divulgação

“Inclusive, o irmão sobrevivente disse que quem teria o dado o principal golpe na cabeça da vítima teria sido o Alexandro Davi”, comentou o delegado Charles Correa, que investiga o caso.

De acordo com o delegado, a Polícia Militar foi chamada pela família de Alexandro Davi e prendeu os dois irmãos. No momento da detenção, eles foram apontados como assaltantes pelos agressores, e por isso haviam sido linchados.

Na verdade, não houve nenhum roubo, afirma a Polícia Civil.

“A PM apresentou os dois como acusados de roubo, mas os policiais foram induzidos ao erro pela família do Alexandro Davi”, garante o delegado.

Os dois irmãos foram atendidos no hospital da cidade, mas liberados pelo médico de plantão Detimar Sarmento, que havia sido preso na semana anterior acusado de imperícia que teria levado à morte de uma paciente.

“A vítima estava com sangramento pelos ouvidos, e tinha entrado no hospital dizendo palavras desconexas. O irmão diz que o atendimento não durou nem cinco minutos. E no prontuário dele não registros dos sinais vitais da vítima. Em nenhum momento o médico foi pressionado a levar o Erick para a carceragem. Por isso estamos representando contra o médico”, adiantou o delegado.

Diante dos fatos e depoimentos, o delegado solicitou a prisão preventiva de Alexandro Davi por homicídio e denunciação caluniosa. Ele estava dormindo na residência onde mora quando os policiais chegaram para cumprir o mandado no início deste manhã.

Seles Nafes
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