DA REDAÇÃO
O Centro Socioeducativo de Internação Masculina (Cesein), administrado pela Fundação da Criança e Adolescente do Amapá (Fcria), funciona acima da capacidade de internação. Tentar mudar essa realidade será das prioridades da nova presidente da fundação, Natália Façanha, empossada no cargo nesta segunda-feira, 28, no palácio do governo.
O centro é preparado para receber 40 menores infratores, mas hoje comporta 114. A instituição precisa de R$ 1 milhão para manter os serviços funcionando, contudo, conta com um orçamento que equivale a metade disso.
A nova diretoria da fundação foi apresentada no lugar de Albanize Colares, que administrou a pasta por um ano e onze meses. Ela fez um balanço positivo de sua gestão mesmo com os inúmeros casos de fugas e falta de capacidade estrutural para receber os internos.
Segundo ela, a situação era pior quando assumiu a instituição. Ela diz que reconstruiu a Fcria.
“Encontramos a Fcria destruída e com 12 recomendações do Ministério Público (MP) e hoje com 35 ações civis públicas respondidas. Estamos vivenciando uma nova etapa na Fcria”, destaca Albanize.
Ela disse que desde que assumiu a fundação o número de internos mais que duplicou.
“Recebi a Fcria com 45 adolescentes, mas, de 2015 até agora, a evolução da criminalidade fez com que a população crescesse para 114 internos”, destacou.
A ex-presidente diz que deixou um projeto para construção de mais um novo bloco no centro. O projeto foi encaminhado para a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinf) e ela arrisca dizer que em 2017 estará pronto.
A nova presidente da instituição, Natália Façanha, é advogada e disse que já atuou em ações voltadas a jovens e adolescentes. O novo desafio vai propiciar uma visão mais ampla da problemática.
“Minha prioridade é dar continuidade aos projetos já desenvolvidos pela Albanize. Sabemos da questão da superlotação, por isso vamos priorizar a descentralização do serviço. Sabemos que nossa função é coordenar e executar as políticas de promoção para o cuidado desses internos. Nosso objetivo é descentralizar os serviços, ou seja, repassá-los para os municípios desenvolverem o cuidado com os menores infratores, e vamos nos engajar para que essa realidade aconteça”, pontuou a nova presidente da Fcria.
O governador do Estado, Waldez Góes (PDT) destacou os desafios a serem encarados pela nova gestão. Destacou também a importância da união dos poderes no cuidado com a criança e adolescentes do Estado.
“Sabemos exatamente como recebemos os serviços e reconhecemos os esforços dos servidores para manter os serviços funcionando. As vezes parece que a obrigação é só do Estado de cuidar das crianças e adolescentes, mas este é um trabalho de todos, tanto de governo como da prefeitura e os outros poderes”, ponderou o governador.