Polícia investiga se criança morreu de fome e sede

Mãe negou maus tratos. Tia afirma que criança era negligenciada
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SELES NAFES

A Polícia Civil espera um laudo para confirmar, ou não, se uma criança de apenas 41 dias de nascimento morreu de fome e sede. O corpo do menino foi removido na manhã desta sexta-feira, 11, no Bairro Novo Horizonte, Zona Norte de Macapá.

Pela manhã, o tio do menino foi até o Ciosp do Pacoval procurar a polícia. Ele comunicou a morte, e afirmou que os pais estavam tentando sepultar o menino como se ele tivesse morrido de causas naturais.

“Disse que a criança tinha morrido e que a família queria um laudo de morte natural. E me mostrou a foto. Quando eu vi que a criança aparentava estar muito desnutrida, eu mandei que não fizessem a remoção do corpinho sem a Politec, que foi lá e retirou o corpo”, informou a delegada plantonista Elza Nogueira.

Criança aparentava extrema desnutrição. Foto tirada pela família

Criança aparentava extrema desnutrição. Foto tirada pela família

Ainda pela manhã, a delegada tomou o depoimento de parentes e dos pais do menino. Parentes informaram que a criança era negligenciada, principalmente em relação à higiene e alimentação.

“Mandei buscar a mãe e o pai, e perguntei por que a criança estava naquele estado. A mãe respondeu que ele nasceu magrinho, mas a tia afirmou que a mãe não cuidava da criança. A família dela (da mãe) vivia pedindo que o menino fosse dado para que outros parentes pudessem cuidar do bebê. A tia relatou que sempre que ia a casa, e quando via a situação do bebê e fazia leite, cuidava, dava banho. Resumindo, a morte pode ter ocorrido por maus tratos”, avaliou a delegada.

A necropsia vai verificar se há ressecamento dos órgãos internos da criança, o que confirmaria de forma pericial a situação de maus tratos.  

O caso foi encaminhado para a Delegacia de Repressão a Crimes Cometidos Contra Crianças e Adolescentes (Dercca), que vai abrir inquérito e tomar novos depoimentos da família da criança.  

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