DA REDAÇÃO
Cerca de 2,5 mil beneficiários do programa Bolsa Família no Amapá são suspeitas de terem recebido de forma ilegal o repasse. O Ministério Público Federal, através do projeto Raio-X Bolsa Família, investiga que, nos últimos três anos, mais de R$ 11 milhões foram pagos a empresários, servidores públicos, doadores de campanha e até para pessoas já falecidas. As denúncias, divulgadas nesta sexta-feira, 11, integram uma ação nacional, coordenada pelas Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MPF.
Em todo o estado, há aproximadamente 86 mil cadastrados no programa do governo federal. O diagnóstico apontou que há pessoas que não cumprem os requisitos econômicos estabelecidos.
O Amapá tem 2.517 suspeitos de receberem de forma de irregular os recursos. Desses, mais de 70% são empresários de acordo com a investigação feita pelo MPF. Os pagamentos foram realizados entre maio de 2013 a maio de 2016.
Nesse período os empresários, que representam 75,67% dos investigados, receberam irregularmente R$ 9 milhões. O município de Pedra Branca do Amapari é onde ocorreu o maior número de incidência de casos. Laranjal do Jari e Macapá aparecem em seguida na relação.
O cruzamento de dados feito pelo MPF com informações do Governo Federal, Superior Tribunal Eleitoral, Receita Federal e tribunais de contas estaduais e municipais, permitiu a identificação dos suspeitos.
Foram expedidas 4.073 recomendações em todo o país para que as prefeituras façam visitas domiciliares a mais de 870 mil beneficiários do Bolsa Família. A estimativa do projeto Raio-X Bolsa Família é que mais de R$ 3,3 bilhões foram pagos a perfis suspeitos de irregularidades.
O diagnóstico completo pode ser acessado através do site www.raioxbolsafamilia.mpf.mp.br