ANDRÉ SILVA
Está dando o que falar nas redes sociais desde a manhã desta sexta-feira, 16, a suposta lista de materiais para as ceias de Natal e Ano Novo de detentos do Centro de Custódia do Zerão, administrado pelo Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Apesar da grande repercussão, a administração do centro informa que a realização deste tipo de confraternização é comum, desde 2012.
A grande repercussão tem uma explicação natural. Entre os detentos da unidade prisional, estão o ex-deputado Edinho Duarte e o deputado estadual Moisés Souza, condenados numa das ações penais da “Operação Eclésia”.
Entre os artigos listados, estão bolo com cobertura de chocolate sem recheio, refrigerantes, porções de sobremesas, carvão, comidas típicas, carne crua, dentre outros. O documento também diz como e quando aconteceriam as festas.
“Excepcionalmente nos dias 24 e 31/12/2016, os internos serão liberados exclusivamente dentro do pavilhão, para a confraternização entre eles, conf…(este trecho está rasgado e a frase não está completa)”. Logo abaixo seguem outras especificações.
Mal-entendido
A direção do centro de custódia diz que tudo não passa de um mal-entendido porque não se trata de uma lista de compras pelo Centro, e sim de um informativo.
O Centro de Custódia foi criado em 31 de julho de 2012, e desde a sua criação são realizadas programações de Natal e Ano Novo entre os presos, segundo informou Belcione Matos, chefe da unidade prisional.
“Isso é uma forma de integrar o reeducando com a família pelo bom comportamento. Nos anos anteriores todos os informativos são nesses moldes, inclusive com mais itens e horário maior um pouquinho”.
Segundo Matos, o centro tem condições de realizar a festa, devido o pequeno número de apenados, o que permite o monitoramento de todos.
“Agora, em uma instituição penal maior não tem condições de se fazer esse monitoramento”, explicou.
O chefe da unidade prisional disse ainda que a comemoração é realizada dentro do pavilhão e que não faz distinção de preso.
“Lá dentro também tem outros presos, políticos, mas isso não influencia porque o tratamento que eu dou para um dou para todos, um tratamento humanizado”, disse.
Todos os alimentos que estão descritos na lista são permitidos pelo Iapen. Os custos são todos da família do interno, garante Matos.
“A função do informativo é dizer o que pode e não entrar no centro”, finalizou.
O Centro de Custódia atualmente está com 27 detentos entre políticos e pessoas que devem pensão alimentícia e praticaram outros crimes.