SELES NAFES
A mulher que jogou uma criança no lago, no Bairro Novo Buritizal, na Zona Sul de Macapá, confessou em depoimento que teve o bebê num parto normal, mas que decidiu matar a criança com medo da reação da mãe. O laudo com a causa da morte ainda não foi divulgado pela Polícia Técnica do Amapá (Politec), mas o delegado que investiga o caso acredita que a criança ainda estava viva quando foi atirada na água em uma área de ressaca.
A identificação da mãe acusada do crime foi feita pela Polícia Militar com base em informações repassadas por vizinhos. Sob a ameaça de linchamento, ela foi levada imediatamente para o Ciosp do Pacoval logo após a descoberta do corpo na última segunda-feira, 5, e foi apresentada na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe).
No depoimento estarrecedor, ela confessou que teve o menino num parto normal, no banheiro da casa.
“Não foi um aborto, foi um parto normal. Ela disse que teve medo da mãe de criação, e como a criança começou a chorar ela tampou o rostinho do bebê com a mão até ele ficar desacordado. Depois disso, ela jogou a criança no lago. O laudo ainda não ficou pronto, mas informações preliminares da Politec dão conta de que a criança morreu afogada”, disse o delegado George Salvador, que conduz as investigações.
A descoberta do corpo do bebê, de aproximadamente 7 meses, causou comoção na comunidade onde o fato aconteceu, e teve grande repercussão nas redes sociais.
Peritos da Polícia Técnica acompanhados de agentes da delegacia de homicídios encontraram sangue e restos de parto no banheiro da casa que fica exatamente em frente ao local onde estava o corpo do menino.
A mãe foi autuada em flagrante, e está internada na Maternidade Mãe Luzia para procedimentos pós-parto. Ela tem 31 anos, e informou que não tem outros filhos.
“Mas isso a gente ainda vai checar. Ela é muito introspectiva (tem dificuldades de se comunicar) e foi criada por essa mãe. A mãe biológica mora em São Paulo. Ela também não informou quem é o pai da criança”, acrescentou Salvador.
A acusada poderá ser indiciada por homicídio ou infanticídio, mas isso vai depender de mais informações que a polícia checando.