No Mestre Oscar, moradores compram água

Caesa diz que acionou construtora judicialmente para resolver o problema
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ANDRÉ SILVA

Os moradores do conjunto Mestre Oscar, na Zona Norte de Macapá, precisam madrugar para coletar água nas torneiras. Isso há mais de 3 anos, desde que o conjunto foi inaugurado. Algumas famílias precisam ir a casas de parentes, em outros bairros, para tomar banho e lavar roupas.

O conjunto com 528 casas tem apenas 3 poços, segundo moradores, para atender a uma população com mais de 1,5 mil. O comerciante Sildo da Silva Costa, de 48 anos, (foto de capa) que trabalha com a venda de açaí, disse que precisa captar água durante a noite ou nas primeiras horas do dia.

“A água só vem por essas torneiras que nós instalamos aqui embaixo, porque ela não tem força para subir para a caixa. Passamos a semana de Natal sem água e agora ela está assim. Às vezes eu tenho que comprar água pra não perder a venda”, queixou-se o batedor de açaí.

Coleta de água começa de madrugada. Fotos: André Silva

Coleta de água começa de madrugada. Fotos: André Silva

Priscila

Priscila Santos leva o filho para tomar banho na casa de parentes

Além de prejudicar os negócios, as tarefas de casa também ficam por fazer. Muitas donas de casa levam a roupa para lavar na casa de parentes.

“Nesse momento não tenho água lá em casa. Estamos desde a semana passada sem. Já imaginou uma casa com cinco crianças ficar o dia todo sem água? Sempre foi assim desde que vim morar para cá. Eles dizem que o problema é das pessoas que controlam a bomba, outras vezes ela é roubada… nesse momento tô levando minha filha pra tomar banho na casa da minha mãe”, disse Priscila dos Santos, de 28 anos, que trabalha com adesivos para unhas.

Água não consegue subir a caixa durante o dia

Água não consegue subir o reservatório durante o dia

Problema persiste desde a inauguração

Problema persiste desde a inauguração

A Companhia de água e Esgoto do Amapá (Caesa) culpa a VEX, empresa que construiu o conjunto, de não ter feito as adequações necessárias no sistema. A empresa foi acionada judicialmente para isso.

A Caesa alega que, sempre que possível, tenta resolver as solicitações dos moradores, mas que só poderá assumir o abastecimento em definitivo quando a construtora cumprir com o solicitado.

Seles Nafes
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