Um recanto boêmio que sobrevive ao tempo

Frequentadores definem o lugar como uma comunidade da brincadeira, da cordialidade e da cerveja
Compartilhamentos

BRUNO SOUZA, colaborador

“Bar du Pedro”, “Bar do Chico”, “Xodó”, “Bar do Abreu” e “Banco da Amizade”, todos esses e muitos outros são recantos conhecidos dos boêmios e apreciadores de uma boa prosa, regada sempre de doses etílicas e boa música. Vamos contar neste texto um pouco da história de um desses lugares e que ainda está em pleno funcionamento, no auge de seus quase 50 anos de existência, e que continua sendo abrigo dos boêmios de Macapá.

Trata-se do “Bar Baré” ou como é conhecido no Bairro do Laguinho como “Bar do Louro”, apelido carinhosamente recebido devido à aparência de seu proprietário.

Samba, cerveja e amizade mais uma vez no Bar Baré no dia 28 de dezembro. Fotos: Bruno Souza

Samba, cerveja e amizade mais uma vez no Bar Baré, no dia 28 de dezembro. Fotos: Bruno Souza

Por volta da década de 50, surgiu na Avenida José Antonio Siqueira, o “Bar do Louro”, estabelecimento criado por um servidor público aposentado do antigo Território Federal do Amapá. De lá para cá, o boteco vem sendo palco de grandes amizades e encontros. É um lugar para se confraternizar e relembrar de algumas “presepadas”, como diz uns dos frequentadores do bar.

"Louro", dono do espaço que resiste ao tempo, como as boas amizades da vida

“Louro”, dono do espaço que resiste ao tempo, como as boas amizades da vida

O professor aposentado Leslie Gatuss, conta que as confraternizações no bar podem ser até comparadas aos festejos do “Banco da Amizade”, encontro de amigos que também acontece no Bairro do Laguinho.

“Todos os anos a gente se reúne, os clientes do bar, amigos e familiares para nos confraternizarmos”, conta.

Leslie diz também que participam das festas  músicos e artistas amapaenses.

“Tem nomes históricos como o Fernando Canto, alguns cantores da terra que frequentam também o nosso bar…”, lembra o professor aposentado.

 Para ele, o “Bar do Louro” representa um ambiente familiar.

“É um ambiente tranquilo, onde no final de semana você quer tomar sua cerveja, bater um papo com seu amigo, você quer trocar experiência com seus amigos, aí você vem no Bar do Louro, e faz esse contato filosófico, profissional e educacional…”, conclui.

Frequentadores do bar. Lugar para lembrar das "presepadas" e jogar conversa fora

Frequentadores do bar, Edimir (esquerda, azul) e professor Leslie (direita, amarelo). Lugar para lembrar das “presepadas” e jogar conversa fora

Seu Edimir, morador há 46 anos do Laguinho, resume também um pouco do que representa esse recanto, que podemos chamar de histórico de Macapá.

“O Louro é um funcionário antigo do governo, como eu aposentado, e nós vivemos muito tempo aqui. Ele, com o barzinho dele, que agora melhorou porque o pessoal com a caída do Abreu se juntou tudo pra cá. Aí, nos temos uma comunidade de brincadeira, uma comunidade de cerveja, muito alegre, respeitosa e todos nós gostamos um do outro…”, comentou.

No último dia 28 de dezembro, os frequentadores do Bar Baré fizeram mais um encontro regado a cerveja, amizade e conversa boa. 

E assim segue vivo e feliz um recanto boêmio de Macapá que sobreviveu ao tempo. Vida longa ao “Bar do Louro”!

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!