Após homicídio “não autorizado” por líderes, clima é tenso no Iapen

Lideranças de pavilhões haviam prometido a autoridades na semana passada que não haveria mortes
Compartilhamentos

DA REDAÇÃO

Dezesseis presos de uma cela do pavilhão provisório do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) estão ameaçados de morte pelos líderes da cadeia. Eles haviam prometido a autoridades, num encontro na semana passada, que não haveria mortes no presídio amapaense. Contudo, nesta segunda-feira, 16, um dos detentos provisórios foi assassinado.

Por causa do clima tenso, os agentes penitenciários estão em alerta máximo para evitar um revide e mais mortes no complexo.

O homicídio ocorreu por volta das 10h desta segunda-feira, 16. Fontes informaram que Alan Trindade Muruzinho, de 25 anos, preso por assalto, foi morto após uma confusão que começou ainda no domingo durante o horário de visitas.

Muruzinho teria desrespeitado uma mulher que visitava um colega de cela. Pela manhã, houve o acerto de contas. Imobilizado no chão e com uma toalha sobre o rosto, outros presos jogaram água até que ele se afogou.

O homicídio foi o primeiro em um ano e um mês dentro do Iapen. O último ocorreu em dezembro de 2015, e vitimou os “Irmãos Fortunato” (assaltantes de banco) durante uma briga pelo domínio de um pavilhão.

Depois dos massacres em Roraima e no Amazonas, líderes dos pavilhões foram convidados para um encontro na última sexta-feira, 13, com representantes do Ministério Público do Estado, Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), direção do Iapen e da Polícia Civil.

O objetivo era ouvir os líderes sobre a realidade das facções dentro do presídio. Os presos fizeram algumas reivindicações, e garantiram que não haveria mortes dentro da cadeia.

“Apesar de ter sido um fato isolado, os presos que mataram o Muruzinho agiram sem a autorização dos líderes dos outros pavilhões. Agora todos eles estão ameaçados de morte”, revelou um agente penitenciário.

A guarda interna e o Grupo Tático Prisional (GTP) decidiram redobrar a vigilância.

Apesar de o crime ter sido cometido por vários detentos, apenas um deles assumiu a autoria do homicídio. O presidente do Iapen, Jeferson Dias, informou que isolou os presos ameaçados.

“Eles foram colocados no setor de triagem, e ficarão lá até a situação se acalmar. Estamos tratando esse assunto como um fato isolado. Nada a ver com as rebeliões em outros estados”, garantiu ele. 

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!