Cirurgia inédita no AP reconstrói mandíbula de vítima de tiro no rosto

Prótese levou um mês para ser construída. Paciente corria risco de perder os movimentos da face
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CÁSSIA LIMA

Desde a última terça-feira, 24, o Amapá entrou no mesmo nível de outros estados do país ao realizar a primeira cirurgia de reconstrução parcial da mandíbula e articulação temporomandibular customizada. O procedimento só foi possível com uma prótese construída no exterior.

A cirurgia ocorreu no Hospital São Camilo em um paciente que sofreu um assalto em junho do ano passado, e mesmo entregando tudo que tinha ao bandido, foi alvejado com uma bala que entrou pelo olho e saiu do outro lado do rosto, próximo a mandíbula.

Mandíbula sem a prótese, Fotos: equipe médica

Raio x mostra mandíbula sem a prótese. Fotos: equipe médica

Mandíbula com a prótese

Mandíbula com a prótese

A prótese demorou 30 dias para ser construída e é feita de titânio e cromo cobalto molibdênio, além de conter polietileno com peso molecular. Caso a operação não fosse realizada, o paciente corria o risco de desgastar a mandíbula e ter os movimentos da face comprometidos.

“Usamos esse procedimento porque ele tem a melhor eficácia de reabilitação funcional. A grande dificuldade da cirurgia é que o acesso cirúrgico devia manter todas as estruturas como o nervo facial. Mas conseguimos com sucesso”, frisou o cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial, Laurivan Colares Feitosa, que chefiou a equipe.

Equipe realizando

Equipe realizando o procedimento

Prótese foi construída no exterior

Prótese foi construída no exterior

Ao todo, o procedimento cirúrgico demorou 5 horas com a realização de 5 cirurgiões especializados. A cirurgia nunca havia sido feita no Amapá, mas agora abre precedentes para outras, além de mostrar também que Macapá está no mesmo patamar dos outros estados do país.

Procedimento sendo realizado

Procedimento sendo realizado

“O paciente passa por uma observação, mas está com os movimentos preservados e está com a face em perfeito estado. Isso é inovador e mostra que é possível tratarmos em outros casos desse nível que antes eram feitos fora de Macapá”, frisou o cirurgião.

Cirurgião Laurivan Feitosa: movimentos preservados

Cirurgião Laurivan Feitosa: movimentos preservados

Seles Nafes
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