Com fotos íntimas, quadrilha extorquiu mais de 300 mulheres no AP

A Polícia Civil deflagrou operação para prender bandidos que chantageavam e extorquiam mulheres. Pelo menos 300 mulheres foram vítimas no AP
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OLHO DE BOTO

Depois de 1 ano e meio de investigações, a Polícia Civil do Amapá prendeu dois integrantes de uma quadrilhava que seduzia mulheres pela internet e depois as obrigava a cometer crimes. Elas eram chantageadas e também extorquidas. Na manhã desta sexta-feira, 24, policiais cumpriram mandados de prisão contra mãe e filho acusados de participar dos golpes que eram comandados de dento do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

Segundo as investigações, membros de uma facção criminosa que opera no Iapen usavam perfis falsos no Facebook. Um deles era em nome de André Dias, um médico que também não existe. O falso médico de boa aparência escolhia as vítimas de Macapá pelo Facebook, fazia contato e começava a criar intimidades.

“Ele dizia que era médico em Brasília, muito rico, e que pensava em se estabelecer em Macapá. A partir daí começavam as conversas e ganhavam a confiança das vítimas”, explicou o delegado Leonardo Brito, que comandou as investigações. 

Falso perfil usava a foto de um homem de boa aparência que seria médico em Brasília

Falso perfil usava a foto de um homem que seria médico em Brasília

A partir dos diálogos, a confiança das mulheres no homem de boa aparência e rico ia aumentando, até o golpe se concretizar.

“Eles (bandidos) conseguiam fotos e vídeos íntimos das vítimas, e depois começavam a chantagem. O nome da operação é ‘Servus’ porque depois de conseguir dinheiro delas eles ainda transformavam as mulheres em escravas do crime, obrigando-as a entrar com cestas básicas no Iapen e a guardar em suas casas produtos oriundos de furtos e roubos, além de armas e drogas”, acrescentou o delegado.

A polícia estima que pelo menos 300 mulheres tenham sido vítimas do golpe no Amapá, todas bem sucedidas financeiramente. De algumas vítimas os criminosos conseguiam valores entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, mensalmente.

“Pode ter sido um número maior de mulheres, porque pelo menos 100 vítimas são de outros estados. Se cada uma tivesse dado pelo menos R$ 1 mil, já poderíamos dizer que a quadrilha lucrou pelo menos R$ 400 mil”, ponderou Brito.

José Augusto dos Santos, líder da quadrilhava, comandava tudo do Iapen. Foto: arquivo policial

José Augusto dos Santos, líder da quadrilhava, comandava tudo do Iapen. Foto: arquivo policial

O principal líder da quadrilha foi identificado como José Augusto Miranda dos Santos, condenado a 70 anos por vários estupros.

Por volta das 6h, policiais liderados pelos delegados Leonardo Brito e Celso Pacheco cumpriram mandados de prisão preventiva em uma residência no Bairro Infraero II, na zona norte de Macapá. Foram presos: Emanuel Tobias de Lima do Nascimento, de 25 anos; e a mãe dele, Juracy da Silva de Lima.

De acordo com a PC,  Emanuel Tobias era encarregado de receber os valores em espécie das vítimas, enquanto a mãe fazia as transferências para a facção.

Emanuel Tobias era encarregado de receber o dinheiro...

Emanuel Tobias era encarregado de receber o dinheiro…

...e repassava para a mãe...

…e repassava para a mãe…

...Juracy Lima, que fazia as transferências para a quadrilha

…Juracy Lima, que fazia as transferências para a quadrilha

Na residência, policiais encontraram colete balístico e mais um suspeito

Na residência, policiais encontraram colete balístico e mais um suspeito

Na casa ainda foram apreendidos um colete a prova de balas e munição de grosso calibre. Um dos elementos que estava na residência, mas não tinha mandado de prisão, trabalha na empresa de vigilância onde três bandidos foram mortos essa semana em troca de tiros com o Bope.

“Iremos verificar se ele tem alguma participação com informações para os criminosos que morreram”, adiantou o delegado Leonardo Brito.

A partir da prisão dos chamados “soldados”, neste caso a mãe e o filho, a Polícia Civil acredita ter praticamente aniquilado a quadrilha, apesar de faltar mais uma prisão.

“Ainda temos uma prisão para ser efetuada e outra pessoa para ouvirmos. Eu quero fazer um alerta para a toda a sociedade sobre as redes sociais. O número de vítimas nos assustou”, orientou o delegado Celso Pacheco, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP). Ouça o que diz o delegado Celso Pacheco.

Emanuel Tobias é levado para o Ciosp do Pacoval

Emanuel Tobias é levado para o Ciosp do Pacoval

Delegados Celso Pacheco e Leonardo Brito comandaram as prisão

Delegados Celso Pacheco e Leonardo Brito comandaram as prisões e fizeram um alerta.

 

Seles Nafes
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