Por WASHINGTON PICANÇO, colaborador
Vítima do ciúme, a bela miss foi morta por seu esposo num sábado, dia 23 de fevereiro de 1985, após dois anos de tumultuada união. Um crime passional.
De acordo com os autos do processo, o administrador de empresas Celestino Tavares Pinheiro Filho, então com 28 anos, fechou-se no quarto com Maria de Fátima Diniz Pinheiro, de 20 anos, e saiu 15 minutos depois, recomendando à empregada do casal que fosse “dar uma olhada” em Fátima.
Quando a mesma empurrou a porta, observou que Fátima estava morta, pois seu corpo estava estendido na cama, os lençóis amarrotados, com marcas de estrangulamento no pescoço. Desde que se conheceram, no final de 1982, Celestino e Fátima viveram um inferno de ciúmes e suspeitas.
Forçada a interromper seus estudos de Administração de Empresas em Belém, Fátima retornou a Macapá, onde o marido passou a vigiá-la ferozmente. Como as brigas se amiudaram, o único filho do casal, de quase 2 anos, passou a ser criado pela avó materna.
Quando Fátima foi passar a coroa de miss à sua sucessora, em 1983, Celestino obrigou-a ir com uma saia comprida – e não de maiô. Na véspera do assassinato, Fátima disse a Celestino que voltaria a estudar, em Belém, e que levaria o filho. O marido foi condenado a 17 anos de prisão.
Fátima se tornou um referência na luta contra a Violência Doméstica e uma bandeira pra criminalização do feminicídio. Nossa eterna Miss nunca será esquecida. Minhas homenagens.
Foto de capa: arquivo/João Silva