ANDRÉ SILVA
A nova diretoria do Conselho Municipal de Transporte Público de Macapá, formada em março deste ano, já colocou em pauta para apreciação o possível aumento da tarifa de ônibus da capital sugerido pelo Sindicato das Empresas de Transporte do Amapá (Setap), no início do ano. A proposta do sindicato é que a tarifa passe de R$ 2,75 para R$ 3,40.
Os membros do conselho já tiveram acesso às planilhas de custos apresentada pelo Setap e estão fazendo suas análises para que em uma próxima reunião, ainda sem data definida, possam deliberar a favor ou contra.
O conselho pretende também observar no parecer final que vai para a Câmara de Vereadores que as empresas não cumpriram parte do acordo firmado entre elas e a prefeitura em 2015, onde se comprometiam a construir 20 abrigos, instalar internet nos coletivos, botão de pânico, câmeras, ar condicionado e comprar novos veículos.
O presidente do Conselho, que também é presidente da CTMac, André Lima, disse que apenas parte do acordo foi cumprida, como a instalação de abrigos e 80 ônibus colocados para circular gradativamente no decorrer dos dois últimos anos.
“Eles alegaram e comprovaram que o motorista e o cobrador acabam correndo risco de morte por conta do acionamento do botão de pânico”, explicou o presidente.
As empresas não justificaram o descumprimento do acordo em relação aos outros itens, mas André Lima reforça que o conselho irá cobrar melhorias no sistema.
“A população entende que o sistema precisa ser melhorado então nós estamos vendo de que maneira podemos melhorá-lo para que haja um possível ajuste da tarifa”, garantiu.
O conselho é formado por sete entidades ligadas ao transporte público da capital e a sociedade civil. São elas: Companhia de Transito de Macapá (Ctmac) União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Umes), Federação das Entidades Comunitárias (Fecap), Setap, Procuradoria Geral sob Município (Progem), Sindicato dos Condutores de Veículos e Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário (Sincottrap) e Câmara Municipal de Macapá (CMM).
Problemas que persistem
Para usuários de ônibus em Macapá, a instalação dos 20 abrigos e a substituição de apenas 80 veículos não correspondem à real necessidade da população, que muitas vezes pega chuva e sol esperando o coletivo que que ainda corre o risco de parar no meio do caminho por conta do tempo de uso.
“Nossa sorte é que o dono do ponto comercial fez esse banco pra gente sentar e tem essa fachada pra nos abrigar. Com as péssimas condições que se encontra o serviço de transporte público em Macapá, não vejo justificativa para um aumento”, protestou a estudante de Direito, Rohany Gomes, de 18 anos.