Justiça aceita denúncias, e 7 políticos viram réus no AP

Eles teriam sido ressarcidos por viagens que não teriam sido realizadas. O rombo apontado pelo MP chega a R$ 17 milhões
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CÁSSIA LIMA

O Pleno do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) recebeu nesta quarta-feira,5, cinco ações penais decorrentes da Operação Mãos Limpas contra políticos do Amapá. Desta vez, as acusações são de desvio de dinheiro com o pagamento de viagens que não teriam ocorrido entre 2006 e 2010.

As cinco ações tornam réus: ex-deputados Jorge Amanajás, Eider Pena, Keka Cantuária, Francisca Favacho, Zezé Nunes e Leury Salles Farias, além da deputada estadual Mira Rocha e do ex-secretário de Finanças, Wilson Nunes. Eles são acusados de formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o desvio seria de R$ 17 milhões. 

“Eu vejo que é latente o crime e há indícios para a ação penal. A denúncia está ocorrendo agora porque esperávamos o inquérito desde o ano passado do relator que cuida da Operação Mãos Limpas”, frisou o promotor do MP, Nicolau Crispino.

Segundo as investigações, o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorria notas falsas para pagamentos de viagens que nunca foram realizadas. Os políticos teriam recebido até R$ 70 mil por mês, mas a agência de turismo que deveria emitir as passagens comprovou desconhecer as notas. 

Pleno do Tjap (3)

Presidente do Tjap, Carlos Tork, confirma aceitação das denúncias. Fotos: Cássia Lima

Com as notas, os réus eram ressarcidos pela Casa. Só o ex-deputado Zezé Nunes chegou a receber R$ 240 mil em 2010.

A investigação faz parte de um desmembramento de inquéritos da Mãos Limpas, deflagrada pela Polícia Federal em setembro de 2010.

Na época, o ex-deputado Jorge Amanajás  era presidente da Alap, Eider Pena era o então primeiro secretário, Wilson Nunes de Morais era servidor da casa e secretário de finanças e orçamento da Assembleia.

“O tribunal decide acatar o recebimento dos cinco processos penais que denunciam os danos ao patrimônio público e o desvio de dinheiro imputado aos réus”, frisou o presidente do Tjap, desembargado Carlos Tork.

A partir de agora começa a fase de instrução dos processos, onde serão ouvidos acusados e testemunhas de defesa e acusação. 

Seles Nafes
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