DA REDAÇÃO
As empresas de ônibus de Macapá afirmam que se os verdadeiros custos e perdas tivessem sido levados em consideração de forma plena, a tarifa de ônibus poderia chegar a R$ 3,99. O Setap garante que o valor é apontado num estudo com base nos últimos índices da inflação.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes, a pesquisa analisou três índices. O primeiro deles usa o salário mínimo e leva em consideração as necessidades de um trabalhador durante um mês.
Em 2011, quando o salário mínimo era de R$ 540 e houve o último reajuste tarifário, a passagem de ônibus custava R$ 2,30. Hoje, o salário é de R$ 937, ou seja, teve reajuste real de 73,5%. Se a tarifa de ônibus acompanhasse a evolução do salário mínimo, hoje ela seria de R$ 3,99, compara o Setap.
O sindicato lembra que os reajustes de serviços públicos usam dois índices: o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Se o reajuste em Macapá tivesse seguido os índices de 2011 a 2017, a tarifa de ônibus chegaria em R$ 3,36.
Todos os cálculos estão disponíveis a qualquer cidadão através do site do Banco Central do Brasil. O endereço é www3.bcb.gov.br. Basta acessar a área de Serviços ao Cidadão e fazer a correção de qualquer valor pelo índice INPC e IPCA.
O Setap diz que está à disposição para contribuir com o debate, e que o momento também é de crise para a iniciativa privada. A entidade lembra também que mesmo sem reajuste nos últimos dois anos, garantiu o realinhamento salarial dos rodoviários acima da inflação, e absorveu os aumentos do óleo diesel e demais insumos, mantendo investimentos na frota, a construção de abrigos e contratações.
“O modelo vigente de discussão da tarifa é altamente democrático, pois possibilita diversos fóruns de discussão até a aprovação da proposta mais adequada. Macapá possui a menor tarifa de todas as capitais do Norte apesar de ter sido a cidade que, proporcionalmente, mais recebeu investimentos no setor nos últimos quatro anos. Reafirmamos nosso compromisso de continuar investindo no sistema e possibilitando um transporte público para todos”, afirmou Renivaldo Costa, assessor de comunicação e porta-voz das empresas de ônibus.
Na segunda-feira, o Conselho de Transportes rejeitou a tarifa de R$ 3,40 que as empresas defendia e aprovou o reajuste para R$ 3,25. Hoje a tarifa é de R$ 2,75.