DA REDAÇÃO
O Ministério Público Federal no Amapá (MPF-AP) informou nesta segunda-feira (8) que quer a suspensão da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O MPF emitiu uma recomendação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) com o pedido até que sejam avaliados os impactos da atividade na barreira de corais existente na região e que seja reaberto e revisto o processo de licenciamento ambiental que autorizou a perfuração marítima no local.
De acordo com o documento, a atividade representa perigo ao ecossistema marinho brasileiro e dos países vizinhos. Informações da própria empresa exploradora afirmam que um eventual vazamento durante as atividades petrolíferas pode provocar danos ao ambiente marinho, físico e do ecossistema, não apenas do Brasil, mas também de países vizinhos, em especial a região do Caribe.
Além disso, a licença concedida à empresa Total E & P do Brasil, responsável pelo trabalho de extração de petróleo no local, não teria levado em consideração o importante ecossistema existente no recife de corais descoberto em 2016.
“Assim, a exploração em área próxima aos corais, sem o estudo de impacto ambiental adequado, pode trazer prejuízos irreparáveis a este bioma único e pouco conhecido”, diz a nota do MPF.
Foi dado o prazo de 10 dias úteis para que o Ibama informe o acatamento ou não da recomendação. Em caso de não atendimento, segundo o MPF, serão adotadas as medidas judiciais cabíveis.
Barreira de Corais
No ano passado, foi descoberto um recife de corais de cerca de mil quilômetros de extensão na foz do Rio Amazonas. A descrição da barreira de corais indica a existência de ecossistema singular, com características ainda não encontradas no planeta.