Pesquisadores descobrem mais três “stonehenges amazônicos” no AP

Estruturas encontradas em Amapá e Pracuúba são similares a de Calçoene. Locais podem ter sido observatórios astronômicos usados por indígenas que habitavam a região há cerca de 2 mil anos
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CÁSSIA LIMA

Mais dois sítios arqueológicos foram descobertos nos municípios de Pracuúba e um terceiro em Amapá, segundo o Museu de Arqueologia e Etimologia do Estado (MAE). Os sítios possuem a mesma estrutura que o existente em Calçoene. Especialistas esperam a formação de uma equipe multidisciplinar para escavar as áreas.

Dois sítios foram citados por uma arqueóloga científica em 1957, e um terceiro foi encontrada por moradores que acharam a estrutura parecida e informaram os pesquisadores. Segundo o gerente do MAE, Adervan Dias Lacerda, estima-se que as áreas sejam de antigos observatórios astronômicos usados pelos antigos povos indígenas que habitavam a região há cerca de 2 mil anos.

Sítio de Amapá. Moradores acharam estrutura parecida com a de Calçoene. Fotos: MAE

Local pode ter sido observatório astronômico de povos indígenas

“Pelas características iniciais eles teriam a mesma finalidade do sítio de Calçoene. Seriam dos mesmos povos semelhantes que talvez tenham migrado. Os sítios estão em uma área privada, mas temos a certeza que esse local está intacto há 50 anos”, explicou o gerente.

Um dos sítios está localizado há 13 quilômetros a leste do município de Amapá, em área de planície. Até agora ele recebeu o nome de Amapá, em uma clara homenagem ao município.

Gerente do Museu, Adervan Dias: povos antigos calculavam as estações pela observação. Foto: Cássia Lima

Outros dois estão localizado no município de Pracuúba, um está a norte da sede, a 8 quilômetros, em uma área de mata alta e fechada e é chamado Aurora, onde já se estima que apenas 30% das pedras estão de pé.  Já o outro está ao leste, e ainda não possui nome, mas foi descoberto por um morador da região no ano passado.

“Nesses locais habitavam povos que tinham uma inteligência tão avançada quanto a nossa. Eles calculavam as estações do ano por meio da observação. São poucos sítios dessa natureza na Amazônia e merecem atenção”, destacou Adervan.

Um dos sítios de Pacuúba

Pesquisadores acreditam que novas estrutura possam explicar migração dos indígenas que moravam no Amapá na antiguidade

Segundo ele, um relatório sobre o achado já foi encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) também foi acionado, que devem formar uma equipe multidisciplinar para escavar o local.

“A ideia é montarmos uma equipe para escavar os sítios, fazer a delimitação e um estudo que reconheça a datação e finalidade do lugar. Uma coisa já reconhecemos, as pedras foram levadas para lá, já que são megalíticos”.

 

Observatório astronômico de Calçoene. Foto: Vortexmundi

No sítio de Amapá, estruturas de pedra estão mais proeminentes

Seles Nafes
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