ANDRÉ SILVA
Alunos da Universidade Federal do Amapá (Unifap) estão inseguros quanto ao futuro da instituição. Os cortes anunciados pelo governo federal e a possibilidade de uma nova greve de professores tornaram incerta a conclusão dos cursos e colocou em dúvida a continuidade das aulas para o próximo semestre.
A representante do Centro Acadêmico de Jornalismo, Izabele Pereira, de 19 anos, diz que a notícia caiu como uma bomba no meio dos estudantes. Para ela, mais uma paralisação poderia prejudicar o término dos cursos.
Ela lembra que muitos estudantes estão se formando apenas neste ano em função de outros movimentos grevistas.
“Fica a incerteza de quando a gente vai se formar. Tem gente da turma de 2011 do curso de jornalismo, que só está se formando esse ano por conta dessas paralisações”, protestou a estudante.
Os problemas dentro da universidade são visíveis e vêm acontecendo há bastante tempo. Bebedouros sem água, aparelhos de ar condicionado queimados, banheiros sem papel higiênico e água são algumas dificuldades enfrentadas diariamente.
“Quem já estava a um passo para sair da universidade vai ter que esperar o desenrolar de tudo isso. As regalias dos políticos, que eram pra ser cortadas não são, e a educação que é uma área fundamental para o país recebe esses cortes”, protestou Valdeí Balieiro, ele está no penúltimo semestre do curso de jornalismo.
A Unifap tinha um orçamento de R$ 167 milhões para 2017, que já era 13% menor que em 2016. O Ministério da Educação já anunciou que não irá repassar todos os recursos deste ano, e a garfada maior foi justamente na verba de custeio. Outras 61 universidades passam pela mesma situação.
A reitora Eliani Superti declarou no início deste mês que o segundo semestre, atrasado por conta das últimas paralisações, pode ser seriamente comprometido com possibilidade de mais uma paralisação por problemas financeiros. Os professores também já falam em uma nova greve. O horizonte é obscuro para a Unifap.
Seles Nafes