SELES NAFES
Aeroportuários do Amapá cruzaram os braços num protesto que terminou na tarde desta terça-feira (12), em Macapá, contra a privatização dos aeroportos do Brasil. O Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre não está na lista dos que serão repassados para a iniciativa privada, mas poderá ser extremamente penalizado, na avaliação da categoria.
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários diz que os aeroportos deficitários, ou seja, os que não geram lucros, como é o caso de Macapá, são sustentados pela receita dos grandes aeroportos que estão sendo vendidos. Uma vez nas mãos da iniciativa privada, não há garantias de recursos para manutenção e investimentos.
“A Infraero funciona por meio de subsídio cruzado. É uma rede de aeroportos onde alguns são superavitários e outros deficitários. Os lucros dos superavitários sustentam os deficitários”, explica o representante do sindicato no Amapá, Wilker Lira.
“O Amapá não tem ligação por terra com nenhum outro estado. É praticamente uma ilha. O Brasil também não tem ferrovias, e há muitas estradas ruins. Por isso, os aeroportos são essenciais para a integração nacional”, acrescenta.
O governo federal já começou a repassar os aeroportos para a iniciativa privada. Os primeiros foram Vira Copos (Campinas) e Guarulhos (SP) e Brasília, ainda em 2012. Em 2017, o governo já anunciou que pretende fazer o mesmo com 14 outros aeroportos.
Na terça-feira, os aeroportuários do Amapá se juntaram a colegas de outros 18 estados num protesto simultâneo. Eles distribuíram panfletos para passageiros e ergueram faixas.
“Não foi uma paralisação, foi apenas um ato. Mas no próximo dia 26 haverá uma assembleia nacional com indicativo de greve”, avisou Lira.