SELES NAFES
Parte da história da jovem que teria sido deportada da Guiana Francesa com um cachorro e estava dormindo há quase uma semana no Aeroporto de Macapá não passa de uma grande mentira. Flávia Souza, que se identifica como viajante nascida no Rio de Janeiro, na verdade é de Campinas (SP). O portal SELESNAFES.COM conseguiu conversar com o pai da jovem. Ele diz que a filha está com algum transtorno mental.
Davi Souza, o pai, disse que não tinha notícias da filha há mais de 1 ano, e só soube da passagem dela por Macapá após a repercussão da história nas redes sociais.
“Ela está perturbada. Já providenciamos a passagem dela para às 15h15min (desta segunda, 4). Ela está na casa de amigos nossos aí de Macapá que a procuraram assim que soubemos na quinta-feira (31) pelas redes sociais que estava aí”, explicou.
A história que Flávia Souza contou provocou uma mobilização nas redes sociais e gerou uma campanha da ONG de Proteção Animal Costelinha (Upac). Ela estava de fato dormindo no Aeroporto Alberto Alcolumbre na companhia do husky siberiano Balton, de 4 meses, há pelo menos 3 noites.
O que não era verdade era o motivo. Flávia Souza contou ao portal SN, e a outros veículos de comunicação, a mesma história: era do Rio de Janeiro, e depois que ficou desempregada decidiu tentar a vida clandestinamente na Inglaterra, mas acabou sendo descoberta pela polícia francesa dentro de um navio na Guiana.
Ela disse que foi deportada para Oiapoque, onde pegou um transporte pirata e veio parar em Macapá, onde estaria pretendendo embarcar de volta do Rio de Janeiro. Como não tinha dinheiro para embarcar o companheiro Balton, ela decidiu dormir no aeroporto e chegou a pedir ajuda ao vereador Victor Hugo (PV). Ele doou roupas e alimentos, e fez uma campanha nas redes sociais para ajudá-la.
“Não sabíamos ainda desse problema (transtorno mental), só percebemos depois da reportagem”, diz o pai da jovem.
“Os pais entraram em contato comigo e contaram a história. Ela está na casa de amigos da família e vai voltar para a residência dela”, relatou o vereador nesta segunda-feira (4).
Em seu perfil no Facebook, Flávia de Souza se identifica como “Flávia de Windsor”. Muitas postagens são desconexas, e em alguns momentos ela diz pertencer à Realeza Britânica. No próprio perfil, ela é acusada por várias pessoas de furto e assédio sexual em lugares onde ficou hospedada em outras cidades.
Segundo o pai, a jovem não tem filhos, e é técnica em contabilidade.
“Não temos tantos recursos. Juntamos toda a família para ajudar a trazer ela de volta para iniciarmos o tratamento dela”, concluiu o pai.