Melhor turismólogo do Brasil diz que AP pode ganhar com eventos

Sandro Belo foi premiado junto a outros nove profissionais de todo o país.
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CÁSSIA LIMA

O jovem turismólogo Sandro Belo, de 36 anos, recebeu na semana passada, no estado de São Paulo, o prêmio Abbtur Mérito e Talento. A premiação ocorreu na Expo Center Norte, a maior feira de turismo da América Latina. O reconhecimento é pelo trabalho do profissional na promoção de ações no turismo do Amapá.

O turismólogo foi selecionado entre 100 mil profissionais aptos pelo país. Ele e mais 9 foram escolhidos pelos critérios de criatividade, facilidade de comunicação, ética, flexibilidade, determinação e compromisso com seu trabalho e seus pares.

Com atuação desde 2004 no mercado, o mestre em turismo Sandro Bello possui experiência nas esferas municipal, estadual e federal da gestão pública do turismo, e docência no ensino superior. Atualmente, ele ocupa funções no Convention Bureau, Abbtur, Ceturh/Fecomercio, FETur, Macapatur e é executivo da Abrasel, coordenador do Enchefs AP, além de atuar como consultor especialista em mercado gastronômico, estatística do turismo e estudos de mercado.

O prêmio foi criado pelo artista Ralf Braga, com destaque para os atrativos turísticos de Brasília. O prêmio Abbtur 2017 Mérito e Talento teve a presença do representante da Organização Mundial do Turismo, Mário Beni.

Ainda em São Paulo, Sandro Belo conversou por telefone com o portal SELESNAFES.COM e falou dos desafios no Amapá.

Sandro Belo com demais premiados Foto: Arquivo Pessoal

Qual o grande desafio de ser turismólogo no Amapá?

O Amapá, mesmo com uma economia excipiente, em comparação com outros estados, possui muita singularidade em seus atrativos. Algo normal aos olhos de parte da população residente, mas uma mola propulsora que pode contribuir de forma efetiva com o desenvolvimento local. Ser turismólogo no Amapá, além de persistir bastante e acreditar em dias melhores, é ter consciência do seu dever enquanto cidadão e profissional que pode contribuir com a melhoria de vida local.

O que falta para o Amapá crescer no setor de turismo?

O Amapá, no ápice da economia, já recebeu 180 mil turistas por ano. Empregando uma mão de obra em cerca de 30 mil postos de trabalho. Isso de hotelaria, transportes, gastronomia, artesanato, etc. Essa fonte é do Censo Hoteleiro de 2015. Acredito que a união do setor, com um planejamento adequado em marketing turístico e captação de pequenos e médios eventos, investimentos precisos em infraestrutura e capacitação, e a união das forças políticas parlamentares, podem fazer algo que já aconteceu no Amapá. É importante também a valorização da identidade regional por parte da população, através de políticas educacionais, com ressonância do meio ambiente e na vida social e econômica de nosso estado.

Qual o investimento que falta para atrair turistas ao Amapá?

Políticas públicas formuladas de forma integrada com o setor de turismo buscando a boa aplicação dos recursos públicos e evitando, assim, o desperdício, sem falar que tais medidas requerem que profissionais capacitados estejam à frente. Daí a importância dos profissionais em turismo.

Quais os principais potenciais turísticos do Amapá?

A atividade turística é um fenômeno global. A cada dia o ser humano precisa se deslocar no espaço geográfico, e esta ação gera impactos positivos e negativos que precisam ser geridos por profissionais capacitados. O turista gera renda desde o transporte, hospedagem, cultura, comércio, artesanato, alimentos e etc. Macapá, por si só, já é um destino turístico por ser capital, e como capital, um centro de cultura para os visitantes que vêm ao Estado a negócios e eventos. Além disso, a natureza exuberante pode atrair visitantes esotéricos para conhecerem e participarem de eventos no meio do mundo, a proteção à natureza pode gerar um fluxo de ecoturistas desde que haja um planejamento adequado. Turismo náutico, pelo fato de o rio Amazonas ser o portal de entrada para navios transatlânticos, a gastronomia muito avançada em nosso Estado estimula o visitante apaixonado pelo exótico no paladar e a estrutura de capital que coloca Macapá a sediar eventos. No Brasil, existem mais de 5 mil eventos consolidados que já estão acima da 10ª edição, e que movimentam um fluxo de 500 a 5 mil pessoas. E Macapá pode captar uma fatia pequena desses eventos que para o nosso porte irá contribuir de sobremaneira para nossa economia.

Como foi para você receber o prêmio?

Receber um reconhecimento nacional é extremamente estimulante, haja vista, a distância da capital Macapá para os grandes destinos turísticos do país. E a demanda ainda incipiente de turistas em nosso destino, algo quase impossível, mas o fato de contribuir com o trade turístico nacional, como a Abrasel, pesquisas e projetos nacionais e consultoria, talvez tenha chamado a atenção do setor.

Qual a importância do prêmio para o Amapá?

Em 2011, o Amapá foi o estado que mais abriu empresas no setor de alimentação fora do lar em todo o país. Em 2012 e 2013, o setor de hotelaria e gastronomia foram os que mais geraram emprego no estado, segundo a Caged. Isso tudo mostra que o Amapá, além de mostrar que possui profissionais competentes como muitos outros profissionais que o estado tem, ganha força no cenário da gestão integrada e compartilhada do turismo nacional.

Seles Nafes
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