ANDRÉ SILVA
Raimunda de Nazaré da Silva Ramos, de 62 anos, morreu na tarde desta quarta-feira (25), vítima de uma parada cardíaca. A mulher era pioneira no movimento negro amapaense, e ajudou a fundar a União dos Negros do Amapá (UNA), em 1997.
“Dona Raimundinha”, como carinhosamente era chamada, organizou o movimento afro no estado. Funcionária pública federal, mais recentemente ela ocupava função na Secretaria Extraordinária dos Povos Afrodescendentes do Amapá (Seafro).
A mulher se recuperava de um enfisema pulmonar. Ela fazia uso de oxigênio e, durante uma das doses diárias do ar, sofreu um ataque cardíaco fulminante
“Os bombeiros ainda tentaram reanimá-la, mas não conseguiram. Ela é a maior referência do movimento negro no Amapá”, falou Daiana Ramos, única filha de Dona Raimundinha.
“Foi a primeira mulher a organizar o movimento negro no Amapá. Sofreu vários ataques racistas e de intolerância religiosa quando ajudou a construir o centro de cultura negra”, lembrou a secretária dos Povos Afrodescendentes do Amapá, Nubia Sousa.
O corpo de Dona Raimundinha será velado a partir de 19h, na casa dela, em frente a Universidade do Samba Boêmios do Laguinho, no bairro Laguinho.
O cortejo fúnebre vai seguir para o Cemitério São José, no bairro Buritizal, zona sul da capital, às 16h de quinta-feira.