Professor cria casa sustentável em container

Teto da casa é resfriado com uma camada de cinco centímetros de caroços de açaí.
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ANDRÉ SILVA

Uma casa localizada no bairro Amazonas, zona norte de Macapá, chama a atenção de vizinhos e curiosos. Diferente, o imóvel é feito com container e utiliza energia solar.

Criada em 2013, pelo pesquisador e professor de energia sustentável do Instituto Federal do Amapá (Ifap) Pedro Aquino de Santana, de 52 anos, a casa fica na Rua Cupuaçu.

Pesquisador e professor de energia sustentável do Ifap Pedro Aquino de Santana criou a casa Foto: André Silva

Aquino de Santana, formado em ciências sociais, conta que o local escolhido para erguer a casa sustentável estava passando por um processo de ocupação, um lugar perfeito, segundo ele, para dar início ao projeto.

No imóvel, moram o professor, no andar de cima, e uma outra família, no térreo. A energia solar é utilizada somente no andar superior.

A geração de energia fica por conta de quatro placas solares que alimentam duas baterias. O produto passa por um inversor de corrente, que  transforma a  energia corrente em alternada, que alimenta a casa. Veja o vídeo

O container é todo revestido com manta térmica industrial e o acabamento é de peças de PVC usado para fazer forro em imóveis. O teto é resfriado com uma camada de cinco centímetros de caroços de açaí, que o professor descobriu que funciona como isolante térmico.   

A casa é preparada para receber até quatro moradores e funciona como um laboratório para estudantes do curso de elétrica do Ifap.

Casa também funciona como um laboratório para estudantes Foto: André Silva

Todo o esgoto do imóvel passa por um processo de tratamento antes de ser lançado ao meio ambiente. Um dos projetos de tratamento desse tipo de resíduo é a Fossa Anaeróbia Biodigestora. O sistema consiste no uso de elementos biodigestores, como esterco de gado.

“As bactérias do intestino do gado formam uma superpopulação anaeróbicas [que sobrevivem com a ausência do ar], que se alimenta dos dejetos humanos, como fezes e urina”, explicou o professor.

O processo de biodigestão passa por quatro latões de óleo até chegar ao quinto, aonde sai apenas a água, com baixa presença de coliformes fecais, e depois é liberada na natureza. O processo está em fase de teste e sendo aperfeiçoado para que o líquido que sai no fim do processo seja 100% livre de coliformes.

 

Seles Nafes
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