CÁSSIA LIMA
O deputado Moisés Souza (PSC) não quis responder a nenhuma pergunta do desembargador Carlos Tork, durante audiência de justificação nesta quinta-feira, (9), no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap). A defesa de Moisés ainda tentou suspender a audiência por meio de um mandado de segurança.
A defesa do preso alegou que não havia sido notificada para a audiência, e que o preso, devido a problemas cardíacos, não teria condições de dar esclarecimentos.
O Carlos Tork, que é presidente do Tjap, rejeitou os pedidos e trouxe uma equipe médica para acompanhar a audiência de justificação.
Durante os questionamentos, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) manteve a mesma resposta: “Eu utilizo o meu direito constitucional de permanecer em silêncio”.
Mesmo assim, o parlamentar afastado foi questionado pelo desembargador sobre o suposto envolvimento em um acidente de trânsito ocorrido dia 29 de agosto.
Segundo as provas do Ministério Público, Moisés violou a prisão domiciliar ao ser visto em um acidente na Rodovia JK. Além disso, um vídeo apresentado pela acusação mostra o preso saindo de uma viatura da Polícia Militar minutos após o acidente e entrando em sua residência, em um condomínio na zona sul.
“Todas as provas e testemunhas oculares apontam que o preso praticou falta grave nas condições da prisão domiciliar e que em nenhum momento uma junta médica do Estado atestou problemas cardiovasculares”, ressaltou o procurador de Justiça, Nicolau Crispino.
O advogado de Moisés, Paulo Leandro Pereira, disse que a defesa foi cerceada.
“Nós não tivermos se quer a forma correta de questionar as provas. A audiência foi realizada de forma precoce e prejudicou a defesa”, frisou o advogado.
Após ser ouvido, Moisés foi encaminhado para casa. No momento, a presidência do Tribunal decide sobre a justificação do preso. A decisão pode ser anunciada a qualquer momento.