A caminhada da dor…

Parentes e amigos fizeram uma passeata em Santana cobrando justiça no caso da jovem atropelada e morta na faixa de pedestres
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De Santana, FERNANDO SANTOS

O dia 25 de dezembro de 2017 teria tudo para ser mais uma data especial por todo o significado e importância no mundo todo. Mas, para os familiares e amigos de Priscila Cristina Baía de Souza, 25 anos, essa data nunca mais terá o mesmo sentido.

Por volta das 8h30min da noite de Natal, ela foi atropelada quando estava na faixa de pedestre numa das principais vias da cidade de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, e acabou morrendo na hora. Na última terça-feira (2), parentes e amigos realizaram um protesto cobrando justiça. O motorista que causou o acidente foi liberado em audiência de custódia no dia seguinte.

Os familiares percorreram as principais ruas dos bairros Novo Horizonte e Vila Amazonas, local onde passa a Rua Cláudio Lúcio Monteiro. Eles se concentraram na Praça do Fórum, e, com faixas, apitos e carros de som, protestaram pelo que consideram impunidade.

A dor dos parentes durante o protesto

O pai da jovem, Robério Araújo, afirmou que desde a morte da filha não conseguiu mais ter paz.

“É uma dor que não tem palavras que possam representar. Todo o dia tento dormir e não consigo. O sentimento que tenho é de muita raiva, pois sei que esse motorista está solto por aí. Mas entrego nas mãos de Deus, e não vou descansar enquanto essa cara não pagar pelo que ele cometeu”, desabafou.

Durante a caminhada, parentes e amigos questionaram o a liberação do motorista, já que na via o limite de velocidade é de 50 km/h e teria admitido que estava a 80 km/h. Agora eles aguardam um laudo pericial que poderá indicar a velocidade do veículo no momento da colisão.

“Apesar de toda a nossa indignação em relação ao condutor não ter sido preso, estamos no aguardo do laudo da Politec que irá precisar com toda a certeza que esse motorista estava acima do limite de velocidade. Vamos pressionar Ministério Público, o órgão compete que for. Pois, sabemos que nada irá curar nossa dor, mas queremos justiça e vamos em busca dela seja onde for”, disse Jéssica Baía, prima da vítima.            

Priscila Cristina morreu na hora. Foto: Reprodução

Entenda o caso

A Cláudio Lúcio Monteiro é uma via de trânsito rápido que liga a entrada do município, pelo Porto de Santana, até a saída da cidade pelo Distrito do Igarapé da Fortaleza.

A jovem Priscila Baía já estava na faixa de pedestre quando foi atingida violentamente. Com o impacto, ela foi arremessada por cerca de 50 metros do local do choque.

O carro era conduzido por Gustavo Vinícius da Silva, de 18 anos. Ele evadiu-se do local, foi perseguido por motoqueiros e alguns minutos depois, voltou acompanhado da mãe e apresentou aos policiais no local do acidente. Ele teria afirmado que estava em com velocidade constante de aproximadamente 80 km e não viu quando a jovem estava na faixa de pedestres.

Parentes e amigos que participaram do protesto

O vereador Dr. Fabiano Oliveira esteve na caminhada e prometeu intervir na situação, já que este não é o primeiro acidente com vítima fatal onde o motorista acaba sendo liberado.

“É inaceitável que tenhamos que ver uma vida ceifada de maneira brutal e irresponsável. Vamos acompanhar de perto o caso, até porque sou advogado e vou cobrar da justiça uma punição severa para o culpado. Na condição de representante do povo, vou ainda solicitar do órgão de trânsito do município e do estado melhorias na sinalização das vias”, finalizou.

Seles Nafes
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