Vítimas de incêndio precisam de madeira para reconstruir casas

Tragédia destruiu onze imóveis no dia 30 de dezembro.
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ANDRÉ SILVA

Famílias que perderam tudo no grande incêndio ocorrido no dia 30 de dezembro, numa área de ponte no bairro Beirol, zona sul de Macapá, estão pedindo ajuda para reconstruir suas casas.

As vítimas da tragédia que destruiu onze imóveis pedem madeiras e telhas. A prefeitura informou que não tem como ajudar dessa forma.

Tragédia destruiu onze casas Foto: Arquivo

Dolores Martins Furtado, de 79 anos, morava no local há mais de dez anos. Na casa, viviam, além dela, filhos e netos. A idosa conta que no dia do incêndio estava na frente do imóvel conversando com um vizinho, e lembra-se de ter visto o fogo começando em uma residência que ficava em frente a sua.

Ela conta que naquela ocasião, estavam na casa dela, duas netas e um bebê que estava dormindo.

Dolores Martins morava no local há mais de dez com filhos e netos Foto: André Silva

“Quando eu olhei por cima da casa deles vinha aquela fumaceira que já vinha do quintal deles. Eu levantei de lá e bati na porta do quarto que elas estavam, e disse: ‘minha filha levanta daí pelo amor de Deus e venha ver o fogo que já está aqui na nossa casa!’ Foi muito rápido”, lembra a idosa.

A casa dela ficou completamente queimada. Lá dentro havia fogão, geladeira, TV, freezer e outros objetos que foram totalmente destruídos. Dolores lamenta e diz que precisa de madeiras e telhas para reconstruir a casa.

Área do incêndio está destruída Foto: André Silva

Este é o mesmo pedido de Celina Maciel Lobato, de 40 anos. A casa dela ficava ao lado da casa de Dolores. O fogo destruiu parte dela. Ela também reclama da falta de apoio dos poderes públicos e diz que a única ajuda que recebeu foi dos familiares e amigos. Para dormir, a mulher conta que ela, os filhos e o marido colocam os lençóis ao chão para deitar.

“Aqui ninguém ajudou em nada ainda. Vimos uma postagem em redes sociais do governador e do prefeito, de que no dia do incêndio eles estavam ajudando. Até agora não apareceu ninguém, a não ser nossos familiares que apareceram para nos ajudar. Os bombeiros são os únicos que vêm aqui ver alguma coisa”, reclamou a moradora. 

 A prefeitura informou que está ajudando, só que, para fazer mais, espera que os novos documentos de quem perdeu tudo fiquem prontos. Eles estão sendo emitidos pelo Superfácil e estarão disponíveis na semana que vem.

Quanto a madeiras e telhas, o Município informou que, por lei, não pode fazer a doação.

“Vamos analisar as famílias que podem ser inseridas no Bolsa Família e os idosos serão encaminhados para o benefício de prestação continuada”, afirmou o secretário Lucas Abrahão.

A Secretaria de Assistência Social e do Trabalho (Semast) fez um levantamento e constatou que 16 famílias foram atingidas.

As doações às vítimas ficam sob a responsabilidade da secretaria, até sexta-feira (5). Depois disso, os moradores assumem. Nesse período, a Semast colocou à disposição da população um veículo, para buscar as doações. Interessados podem procurar o prédio da instituição, na Cândido Mendes, ou a igreja São Paulo, na Rodovia JK, no bairro Jardim Equatorial. 

Seles Nafes
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