SELES NAFES
O Ministério Público Federal, no Amapá, batizou de “Operação Garimpeiros da Propina” o cumprimento de mandados de prisão para servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM), o antigo DNPM, e para um ex-deputado federal, nesta quinta-feira (15). O portal SELESNAFES.COM conseguiu confirmar que se trata mesmo do ex-deputado federal e geólogo, Antônio da Justa Feijão.
Fontes consultadas pelo portal confirmaram que ele prestou depoimento, e depois foi levado para fazer exame de corpo de delito na Polícia Técnico-Científica do Amapá (Politec). Em seguida, já no início da tarde, ele foi transferido da sede da PF para o Instituto de Administração Penitenciária do Estado (Iapen).
Os mandados são desdobramentos das operações “Minamata” e “Estrada Real”, deflagradas no ano passado, e que investigam a exploração ilegal de ouro, uso de trabalho escravo e crimes ambientais, entre outros.
Oficialmente, a Polícia Federal e o MPF ainda mantém em sigilo os nomes dos envolvidos. Até agora, foram cumpridos sete mandados de prisão, resultando em cinco pessoas presas. Dois dos envolvidos possuem um mandado de prisão em cada operação.
Segundo o MPF, o esquema é articulado por um ex-superintendente do DNPM, preso em novembro na Minamata. O objetivo do grupo era conceder autorizações em troca de propina, que tinha inclusive uma meta mensal.
A influência de dois ex parlamentares federais teria mantido o grupo em atuação, independentemente de quem estivesse no comando no DNPM. Eles também teriam atuado na troca de comando do DNPM quando a propina não atingia a meta estabelecida. Num dos casos, diz o MPF, eles chegaram a pedir R$ 100 mil em propina.
As investigações foram baseadas em interceptações telefônicas, depoimentos, documentos e mensagens armazenadas nos celulares apreendidos nas operações anteriores.
O outro ex-deputado federal investigado é Badú Picanço. Ele está fora do Estado. Na casa dele, no Bairro Jesus de Nazaré, os agentes apreenderam documentos e carros.