NATHAN ZAHLOUTH*
A origem da palavra “política” vem do grego polítikos/ politeá que remete à Polis. Naquela época, as Polis (Cidade-Estado) podem ser comparadas aos Estados atuais. Ela também pode ter o significado de sociedade, comunidade, coletividade ou qualquer referência à vida urbana.
O livro de Platão intitulado “A República” na sua tradução, originalmente “politeia”, remete aos diálogos de Aristóteles sobre política. Para este, o “homem é um ser naturalmente político”. Aristóteles estabelecia que todas as relações humanas são políticas, mesmo de pais e filhos, ou governantes e governados.
É possível observar que a política tem origem há milhares de anos, ainda na Grécia Antiga, o berço da humanidade. Dessa cultura surgiram também palavras como democracia, república, diplomacia, aristocracia, ética, moral, cidadania e tantas outras que permeiam nosso cotidiano.
Platão analisa o homem como ser político em sua obra. Foto: reprodução
Essa breve introdução sobre a política em si serve para situar os leitores desta coluna que inauguro nesta edição. Este será um espaço para discutir o papel da política sempre permeando as análises de grandes autores que tratam ou trataram do assunto. Também estabelecerá um diálogo com os leitores sobre as questões locais e, além disso, discutirá a importância da política para a vida de cada cidadão esclarecendo o que pode significar cada movimentação na conjuntura atual.
É notável que este autor que vos escreve e milhares de outros autores consideram a política fundamental para a construção de uma sociedade. É um desafio atual dialogar com as pessoas que desacreditam nesta importante ferramenta em consequência de desastrosas experiências de corrupção e descaso que permeiam o país há centenas de anos. Infelizmente, a corrupção no Brasil não é um mal dos últimos 20 ou 30 anos e sim algo que está presente desde as origens de nosso país.
Entretanto, é por meio da política e das relações de poder que é possível modificar a sociedade. As relações de poder sempre existiram na sociedade, gostar ou não de política é uma opção, mas como afirmava Platão: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”.
*O colunista é jornalista, ex-diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE) e professor de filosofia.