SELES NAFES
O promotor de Justiça Eduardo Fernandes, do Ministério Público do Amapá, reuniu-se, nesta quarta-feira (7), com representantes de veículos de comunicação para debater a propagação de imagens chocantes em noticiários e redes sociais. O assunto deve dar origem a uma campanha publicitária de conscientização da população.
O assunto foi provocado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Rádio e Televisão (Sinter-AP). Representantes do SBT, Bandeirantes, TV Tarumã, TV Santana, Diário do Amapá, Jornal A Gazeta, G1 e Portal SELESNAFES.COM, participaram da discussão.
A preocupação do Sinter e do MP era com a utilização de imagens de pessoas mortas ou feridas, de menores ou vítimas de violência doméstica. Ficou claro na reunião que nenhum dos veículos presentes na audiência se utilizava desse tipo de conduta editorial, mas veículos que não foram notificados ou não atenderam ao chamado podem estar exagerando na liberdade de imprensa.
“As famílias têm o direito até pleitear indenização pela dignidade da pessoa morta. (…) A liberdade de imprensa só tem como limite a dignidade da vida”, resumiu o promotor.
O Sinter recebeu prazo de 15 dias para fazer o levantamento de situações que ajudem a individualizar as condutas e a identificar os veículos, jornalistas e outros profissionais responsáveis por utilização de imagens chocantes.
Durante o debate, também ficou evidente que pessoas que não são jornalistas estão compartilhando imagens em blogs próprios ou em suas redes sociais.
A partir daí, surgiu a ideia de todos os veículos e o Ministério Público lançarem uma campanha educativa que alcance a sociedade como um todo. A ideia é mostrar que o compartilhamento, além de ferir a dignidade das famílias, também poderá resultar em ações judiciais.