Em meio a arquivos, ex-servidores procuram documentos de 30 anos atrás

Salas com documentos têm traças, pó e mofo.
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CÁSSIA LIMA

Duas salas com dezenas de pastas do ano de 1988 são os lugares mais procurados na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), nos últimos dias. O local contém dados dos servidores e ex-servidores do Estado que buscam documentação para o processo da transposição.

Os espaços ficam no prédio da Sefaz, localizado na Avenida Procópio Rola, no Centro de Macapá. Além da documentação dos servidores que passaram pelo Estado, as salas acumulam traças, pó e mofo.

Salas estão cheias de pastas empilhadas Foto: Cássia Lima

Nos espaços, as pastas estão dispostas no chão e foram empilhadas uma em cima da outra. Existem documentos de servidores, contratos e convênios.

A agente administrativa Christina Alves de Oliveira, de 51 anos, foi procurar a documentação dela. Ela levou luvas e máscara cirúrgica para enfrentar a poeira no local.

“Eu estou procurando uma folha de ponto com a data de 1992. Tem que ter paciência e fé. A gente olha pasta por pasta e vai empilhando as que já vimos”, disse a agente, que busca comprovar seu vínculo com a Comissão de Licitação da Secretaria de Saúde (Sesa) de 1986 a 1990.

Agente administrativa Christina Alves de Oliveira usou máscara para enfrentar poeira Foto: Cássia Lima

Mara Pacheco, de 43 anos, também teve que se debruçar sobre as pastas para procurar a documentação do período em que estagiou na Sefaz. Todo o esforço é para conseguir dar entrada no processo de transposição.

“Eu vim aqui por 15 dias e hoje que achei. Não tem uma lógica. A única orientação é procurar dentro das pastas os anos e achar o teu nome. Eu fiz uma pilha das pastas que já havia olhado”, conta ela.

Mara Pacheco conseguiu achar documentação depois de 15 anos de procura Foto: Cássia Lima

A mulher estagiou na Sefaz no período de março a julho de 1990, e se enquadra no período da transposição. Mara Pacheco teve a sorte de encontrar uma folha de ponto. Mas, Nadir Barros da Silva, de 52 anos, ainda não achou a sua documentação.

“Como tenho problemas de saúde, tirei as pastas para o corredor. Aí dentro o ar é muito carregado de mofo e pó. Venho para cá até achar”, disse Nadir da Silva, que teve vínculo com o Estado.

Nadir Barros da Silva ainda não achou a sua documentação Foto: Cássia Lima

Segundo a Sefaz, por dia, mais de 15 pessoas encaram a missão de procurar documentos nas salas.  Entretanto, muitos desistem após os três primeiros dias. E poucos persistem até encontrar.

O espaço fica aberto de segunda a sexta-feira, de 8 às 14hs 

Seles Nafes
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