PMs são presos acusados de matar bandido durante captura

Defesa diz que policial que atirou contra o assaltante agiu em legítima defesa
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SELES NAFES

Quatro policiais militares acusados de participar da morte de um bandido durante a prisão dele, no último dia 22, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. O advogado dos PMs, Charlles Bordalo, disse que a morte ocorreu em legítima defesa.

Dos seis policiais que estavam na ocorrência, apenas os motoristas das viaturas não foram indiciados por homicídio. As equipes tinham prendido William Natividade Silveira, de 27 anos, depois de uma intensa perseguição por uma área de pontes do Bairro dos Congós, na zona sul de Macapá.

Natividade era considerado pela polícia um criminoso de altíssima periculosidade, e respondia por vários assaltos. Ele foi capturado depois de se atirar em um lago. Depois disso, foi levado para dentro da casa dele, onde ocorreu o disparo.

Os policiais alegaram que dentro da casa o bandido reagiu e pegou uma arma que estava escondida. A família do criminoso divulgou um vídeo que mostra um dos policiais manuseando a arma que seria de Natividade logo após a morte dele.

Momento do vídeo em que o PM manuseia arma de Natividade. Foto: Arquivo/SN

Bermuda que Natividade teria trocado com autorização dos policiais

Parentes dizem que o assaltante foi executado, e que a bermuda teria sido trocada, além da arma supostamente plantada na mão do criminoso.

A defesa dos policiais nega todas as acusações.

“Ele (Natividade) tinha uma arma escondida debaixo de algumas roupas na mesa da cozinha. Só um policial estava com ele no momento em que ele pegou a arma para reagir. Os outros estavam revistando o imóvel. A polícia tratou ele muito bem. Permitiu que ele trocasse a bermuda (suja de lama), mas ele tinha escondido a arma na passada antes de se atirar no lago. O policial agiu no estrito cumprimento do dever.”, garantiu o advogado Charlles Bordalo.

Advogado de defesa Charlles Bordalo conversa com jornalistas sobre o caso

Ele também negou que o fato de um dos policiais ter mexido na arma caracteriza fraude processual, ou seja, manipulação da cena.

“Ele (o PM) mexeu na arma para retirar a munição e entregar para a perícia. Ele errou ao não esperar a chegada da perícia? Pode ser que sim, mas não justifica ele ser preso preventivamente por execução”, ponderou.

O advogado disse que pediu para ter acesso vídeo integral entregue ao Ministério Público do Estado. 

O pedido de revogação da prisão só poderá ser feito na próxima segunda-feira (2), por causa do recesso do judiciário.

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