Cartão criado para comprar merenda escolar foi usado em gastos em hotel, no Beach Park e para comprar artesanato
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SELES NAFES
A Secretaria de Educação do Amapá (Seed) confirmou neste sábado (10) que exonerou o diretor que utilizou o cartão escola numa viagem de férias pelo Nordeste. Um dos gastos foi feito no Beach Park, em Fortaleza (CE), um dos mais famosos parques aquáticos do país.
O cartão escola foi criado pelo governo do Estado em fevereiro para aumentar o controle sobre os gastos das escolas com a manutenção e, principalmente, com a merenda escolar. Cada vez que o cartão é utilizado o movimento é lançado num sistema gerenciado pela Seed.
Os técnicos que controlam o sistema detectaram que no início deste mês o diretor da Escola Estadual Ivanildo Fortes da Silva, no município de Calçoene, usou o cartão escola para comprar artesanato, pagou despesas numa sorveteria, num hotel e até no Beach Park.
Ao todo, foram quase R$ 380 gastos em três municípios do Ceará: Aquiraz, Fortaleza e Aracati, mas há outros gastos que estão sendo investigados, como uma compra de R$ 919 numa empresa que vende frutos do mar, em Macapá.
Os técnicos da Seed também verificaram que no perfil do professor no Facebook havia fotos mostrando visitas dele em praias do Ceará, exatamente no período em que as compras foram feitas com o cartão.
Gastos no Beach Park com cartão da merenda escolar. Foto: Reprodução
O diretor foi exonerado imediatamente, e ainda responderá a inquérito policial. O portal SELESNAFES.COM ainda não conseguiu contato com ele.
“Fizemos uma capacitação imensa com os diretores em treinamentos no Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas do Estado (TCE), na Controladoria do Estado (CGE) e ainda demos uma cartilha mostrando como ia funcionar o sistema. Lançamos um cartão para a merenda chegar à mesa do estudante, e esse diretor fez isso menos de um mês depois de termos lançado o cartão”, disse em tom de indignação a secretária de Educação, Goreth Sousa.
Cartão escola foi lançado pelo governo no dia 19 de fevereiro. Foto: Arquivo
Para ela, não há dúvidas sobre a conduta do diretor, que também é funcionário público concursado.
“Vai responder por peculato e poderá até perder a função pública. Consideramos esse caso pedagógico, porque mostra o rigor com que estamos controlando os gastos com a merenda. Quando cheguei na Seed, 93% dos caixas estavam inadimplentes. Isso já era. Vamos aumentar ainda mais o controle, porque o diretor até pode comprar tudo certinho, mas também pode não estar levando tudo para a escola. Este mês, o Prodap vai aperfeiçoar ainda mais esse sistema”, avisou.
