Jovem morta após dois atropelamentos tentou levantar-se antes do segundo impacto

Parentes dizem que a jovem fez sinal com as mãos, mas, o ônibus, em alta velocidade, não parou.
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ANDRÉ SILVA

A rua onde a jovem Daiana Façanha Gomes, de 22 anos, foi atropelada e morta passa por obras há mais de um ano. Ela foi atingida por um carro e um ônibus, na noite de domingo (29), no Marabaixo, zona oeste de Macapá. Parentes dizem que a vítima ainda tentou levantar-se após o primeiro impacto, mas, foi surpreendida pelo ônibus, que, segundo testemunhas, estava em alta velocidade.

Amigos e parentes que acompanhavam a jovem no momento do acidente disseram que ela havia acabado de retornar de um bingo que acontecia no mesmo bairro, e, depois de chegar em casa, saiu para comprar açaí para a filha de quatro anos. Chovia muito na hora do acidente. Eles contaram que Daiana nem chegou a atravessar a rua, e foi surpreendida pelo primeiro impacto.

Velório aconteceu nesta segunda-feira Foto: André Silva

“Ela ainda deu com a mão para o ônibus, mas ele vinha muito rápido e não viu. Infelizmente, esses ônibus não respeitam ninguém. Eles andam em alta velocidade, principalmente, esses da Sião Tur. Esse não é o primeiro acidente que acontece. Se não fizer nada, eles vão continuar matando”, desabafou Ana Rosa Barbosa, tia da jovem.

Tia reclama que ônibus trafegam em alta velocidade Foto: André Silva

O acidente aconteceu por volta de 18h, mas o corpo de Daiana só foi recolhido depois de 21h. A tia conta que visualmente percebeu que o motorista do carro estava embriagado.

“Ele estava tropeçando. O advogado dele não deixou ninguém chegar perto”, falou a tia.

O velório da jovem aconteceu em uma igreja evangélica próximo da casa dela. Daiana fazia o curso de recursos humanos na Unip e trabalhava como vendedora em uma sapataria.

Ônibus e carro atropelaram jovem Foto: Olho de Boto

Falta de sinalização

Pessoas que moram próximo ao local do acidente dizem que os carros circulam pela Rua Ranolfo de Sousa Gato em alta velocidade. Segundo eles, a falta de sinalização e redutores de velocidade no trecho facilitam para a imprudência de motoristas.

“Muitos carros passam por aqui e ninguém respeita ninguém principalmente, ônibus. Eles passam aqui muito rápido, em alta velocidade. Tinha que ter uma sinalização, faixa de pedestre, sei lá. Muitas crianças atravessam aqui a rua também”, reclamou Adriano Oliveira, de 30 anos.

Adriano Oliveira reclama de falta de sinalização Foto: André Silva

Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap), as obras na rua tiveram que ser interrompidas por causa das chuvas. Além do asfalto, a via está recebendo serviço de drenagem e calçamento, e está previsto o serviço de sinalização, tanto vertical como horizontal. A expectativa é de que ela fique pronta em 30 dias.

“A gente vai trabalhar na sinalização lá também, mas, as pessoas precisam ter um pouco de paciência. Estamos esperando cessar esse período chuvoso para retomar os trabalhos. É só levantar o tempo para a gente voltar pra lá”, assegurou o secretário de Transportes, Benedito Sousa.    

Seles Nafes
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