Julgamento dos acusados de matar agente penitenciário é adiado

A defesa alegou inconsistências no laudo pericial de uma arma
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CÁSSIA LIMA

O julgamento dos três acusados de matar o agente penitenciário Clodoaldo Pantoja, em 2012, foi novamente adiado. O caso seria julgado nesta quarta-feira (18), no Fórum de Macapá, mas devido supostos a erros no laudo pericial de uma arma e o perigo de nulidade do processo, o juiz Nazareno Hausseler decidiu remarcar o júri.

Clodoaldo Pantoja foi assassinado com 20 tiros em 2012, quando saía do plantão no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Ele foi morto em um ramal na zona norte da capital, no Bairro Ilha Mirim. Quatro homens foram indiciados pelo crime, três foram condenados em 2015. Mas a defesa conseguiu anular a sentença em 2017 alegando inconsistências na escolha dos jurados.

Pessoas que iam acompanhar o juri: cancelado pela terceira vez. Fotos: Cássia Lima

O adiamento se deu após a composição do júri, quando o julgamento iria iniciar. O advogado de defesa de dois réus, Sandro Modesto, alegou que o resultado da perícia de uma arma supostamente usada no crime estaria errada.

“A perícia desta terceira arma, era uma cópia da perícia de outra arma. Não queríamos isso, mas essa situação prejudica nossa defesa e poderia até causar posterior nulidade do processo”, explicou o advogado.

Miguel Bento: demora aumento sofrimento da família

Além disso, a defesa alega que os acusados não têm nenhum envolvimento com o crime. De acordo com o advogado, todas as investigações do caso apresentam inconsistências. São acusados do crime: Luís Carlos Silva Teixeira, Wagner João Oliveira Melônio e Wesley Alves da Silva.

Para o promotor Eli Pinheiro, que acompanha o caso, o erro poderia gerar um cerceamento da defesa. Mas há uma insistência da outra parte em adiar ao máximo o julgamento e a justiça para a família de Clodoaldo Pantoja.

Advogado de defesa, Sandro Modesto: perícias das armas foram duplicadas

Promotor Eli Pinheiro: defesa insiste no adiamento

“O juiz por cautela resignou o julgamento como uma forma preventiva. Clodoaldo era um cidadão de bem, combatia o tráfico e entrada de armas no Iapen. Para nós não há dúvidas do envolvimento dos réus”, disse.

O juiz remarcou o júri para o dia 19 de junho. Esse já é o terceiro adiamento do caso. Toda essa demora causa dor para os familiares da vitima.

Juiz Nazareno Hausseler: erro na perícia pode anular processo

“Nós sabemos que foram eles que mataram meu irmão. As provas balísticas mostram isso e queremos que seja feita a justiça. Essa demora nos causa dor, mas ainda estamos confiando na justiça e na condenação definitiva”, disse o irmão de Clodoaldo, Miguel Bento.

Seles Nafes
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