Moradores de Laranjal do Jari fazem festa na enchente

SVS alerta que população se expôs a contaminação de doenças hídricas
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DA REDAÇÃO

As imagens tomaram conta das redes sociais na noite desta quarta-feira (16). Uma multidão no município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá, aparece em pelo menos quatro vídeos participando do que parece ser uma festa de aparelhagem em meio a inundação das ruas da cidade.

O bairro não é identificado na gravação, mas o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) confirmou que a festa ocorreu.

Sem se importar com os riscos do contato com a água contaminada, em um vídeo postado no Facebook, as pessoas até jogam água umas nas outras. Em outro, o registro é feito em um local que aparenta ser um bar. Assista. 

O ato foi considerado imprudente pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS). De acordo com o diretor executivo do órgão, Emanuel Bentes, é preciso chamar a atenção da população para evitar esse tipo de evento.

“Quem participa está se expondo a um alto risco de contaminação por todas as doenças de veiculação hídrica, como febre tifoide, leptospirose, verminoses, doenças da pele, escabiose. É horrível estarem fazendo isso”, alertou o diretor da SVS. 

Pessoas jogam água da enchente umas nas outras durante a festa. Foto: reprodução (Mary Figueira)

Situação do município

Segundo a Defesa Civil, até a quarta-feira (16), o nível do Rio Jari chegou a 2,77m. A enchente já deixou 344 pessoas desabrigadas e 747 desalojadas.

Foram também registrados nos últimos dias, casos de agravo de saúde. São 827 casos de doenças diarreicas, 7 casos de doenças de animais peçonhentos, 5 de pneumonia e 3 de hepatites. 

Uma força tarefa de diversas órgãos tem atuado na situação em ações como distribuição de água potável, retirada de móveis das casas atingidas, dentre outras. O Exército Brasileiro enviou 40 homens e um caminhão pipa para o município.

Exército Brasileiro enviou equipe para ajudar nas ações. Foto: ascom senador Davi Alcolumbre

Vigilância em saúde

A SVS enviou 8,5 mil frascos de hipoclorito de sódio, para o tratamento da água, e 400 doses de vacinas, principalmente para prevenção de gripes e de doenças como hepatite, febre amarela, dentre outras.

“A superintendência terá duas linhas de atuação. Uma é a preocupação com a água. Outra questão é o controle de vetores, como o Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Para a prevenção de doenças transmitidas pela água, faremos uma ação de educação em saúde e distribuição de hipoclorito. Para as questões vetoriais, deslocaremos a equipe do núcleo de vetores da superintendência com os equipamentos de borrifação, que serão usados, se necessário”, explicou o superintendente da SVS, Dorinaldo Malafaia.

Seles Nafes
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