Morto a tiros dentro de casa era faixa preta em jiu jitsu e campeão em lutas

"Conan" tinha 35 anos e foi lutador de jiu jitsu e MMA.
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ANDRÉ SILVA

O Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) divulgou o nome do homem executado na noite de sábado (19), na Av. Bahía, no Bairro Pacoval, zona norte de Macapá. Gleidson de Azevedo Rodrigues, de 35 anos, conhecido como “Conan”, foi morto com vários tiros, dentro da casa onde morava. Ele era faixa preta em jiu jitsu, e foi campeão em vários campeonatos.

Conan, que também chegou a disputar MMA, começou a carreira nas artes marciais treinando na academia do mestre Orlando Junior, localizada no Bairro do Trem. Ele passou quase dez anos no local, onde recebeu todas as graduações de faixa até chegar à preta, informou Junior.

O mestre lembra do lutador com saudades, e diz que sempre viu um grande potencial no aluno. Ele fez referência ao temperamento de Conan, e falou que se tratava de uma pessoa mansa e pacata.

“Ele era uma pessoa pacata, tranquila, bom de treino e ‘pau para toda obra’”, lembrou o ex-treinador.

“Conan” foi morto dentro da casa onde morava Foto: Olho de Boto

 

Segundo Junior, o lutador viajou várias vezes para lutar em outros lugares do Brasil, como Belém, Ceará e Joinvile, onde chegou a morar e treinar em equipes grandes de lá.

Conan foi campeão amapaense nas faixas roxa e marrom. No MMA, ele chegou a ganhar alguns eventos. No jiu jitsu, recebeu a faixa preta em 2015.

“Depois disso ele não voltou a treinar mais aqui. Depois, infelizmente, eu soube notícia de que ele estaria lá na penitenciária”, lamentou o professor.

O ex-treinador conta que, quando lhe deu aulas, não sabia que o aluno já havia se envolvido em problemas com a polícia. Em 2013, ele foi preso pelo crime de furto qualificado. No dia 11 de abril deste ano, ele recebeu o direito de trabalhar fora da prisão, mas, desde o dia 27 não comparecia ao Iapen, e passou a ser considerado foragido.

Orlando Junior acredita que o ex-aluno tinha um futuro brilhante pela frente, como lutador.

“Não é por que aconteceu a fatalidade. Quem somos nós para julgar? Mas, ele era um talento nato”, disse o professor.

Conan foi sepultado no domingo, com honras de lutador – vestido com quimono e os certificados de graduação de faixas em cima do caixão.

O ex-lutador foi morto por dois homens, que, segundo a Polícia Militar, bateram à porta da casa onde Conan morava, e, em meio a uma discussão, sacaram uma arma e efetuaram os disparos, dois, inclusive, na cabeça. A dupla fugiu de bicicleta.

A polícia acredita em acerto de contas por dívida de drogas.

Seles Nafes
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