Pessoas encontram na criação de plantas saída para doenças e traumas

Grupo transformou passatempo em atividade econômica e tem obtido sucesso
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ANDRÉ SILVA

Um grupo de amigos apaixonados por plantas resolveu unir forças e transformar o passatempo em um negócio lucrativo. Eles se reúnem aos fins de semana e feriados em pontos estratégicos de Macapá e Santana para comercializar os produtos.

Entre os participantes, encontramos histórias de pessoas que se recuperaram da depressão por meio do cultivo e outras que venceram momentos difíceis na vida, como a perda de um filho e o tratamento de câncer.

O grupo, segundo eles, começou pequeno, mas com o passar do tempo foi agregando mais pessoas. Eles criaram um grupo de Whatsapp que servia apenas para trocar informações sobre as espécies e o nome de cada uma. Hoje, o grupo soma mais de 130 participantes.

Um dos líderes do grupo, que não conseguimos contatar nesta reportagem, decidiu reunir o maior número de participantes na Praça Floriano Peixoto, Centro de Macapá, no início deste ano. O objetivo foi expor e vender o que eles tinham em casa. A ideia deu tão certo que não pararam mais. 

Da terapia…

   

… para uma nova fonte de renda. Fotos: André Silva

Joseane Silva, de 40 anos, disse que já criava plantas há alguns anos, mas não tinha o cuidado com elas que tem hoje. Ela contou que começou a levar o cultivo a sério depois de ter sido diagnosticada com depressão. Disse que a doença começou com uma perda repentina de sono há cinco anos. Hoje, ela tem mais de 200 espécies de plantas em casa e se considera curada.

“Já não conseguia sair de casa. Saía pra trabalhar bem, mas quando chegava em casa meu coração começava a acelerar. Aí comecei a mexer com planta de novo. Comecei a cuidar melhor e a molhar elas (risos). Então eu consegui superar, isso me ajudou”, relatou a criadora.

Joseane Silva: mais de 200 espécies e vitória contra depressão

Iraci Barbosa, de 58 anos, disse que a criação de plantas surgiu depois que ele iniciou um tratamento de câncer há três anos. Ele disse que recebeu uma indicação médica para procurar algum tipo de terapia. Depois que foi demitido do último emprego, decidiu abrir seu próprio negócio de cultivo e venda de plantas.

”Hoje me sustento disso. Quando o INSS me devolveu para trabalhar à empresa me demiti. Dei continuidade no meu tratamento e decidi fazer do meu passatempo o meu ganha pão”, contou Barbosa.

Diversidade de espécies…

.. chama a atenção a atrai clientes

A perda do filho há sete anos foi a motivação para Leide Gomes, de 41 anos, começar a criação de plantas em casa. O hábito ajudou a superar a perda. Ela disse que depois da morte do filho não teve mais condições para continuar trabalhando.

“Comecei a criar plantas e como a quantidade foi crescendo resolvi vendê-las e o dinheiro foi entrando. Depois que criaram o grupo, tudo melhorou e vendi ainda mais. Não paro nunca mais”, afirmou a mulher.

O grupo comercializa suas plantas na Avenida Tancredo Neves, na zona norte da capital, próximo da Secretaria de Transporte do Amapá (Setrap), aos finais de semana e feriados. As espécies variam de preços que vão de R$ 5 a até R$ 30.

Seles Nafes
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