Com ajuda da mãe, preso do semiaberto usava falso emprego para cometer roubos

Jonatas Rabelo conseguiu declaração de emprego em uma farmácia. Porém, o detento aproveitava o horário de liberdade em crimes em Macapá
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OLHO DE BOTO

A Polícia Civil está à procura de um detento do  Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) que, por intermédio da própria mãe, conseguiu um emprego de fachada em uma farmácia. Assim, ele poderia sair para “trabalhar” e retornar para dormir no presídio.

Entretanto, sem fiscalização do Iapen, o detento aproveitava o benefício do regime semiaberto para praticar roubos em Macapá. Um dos crimes ocorreu no dia 18 de agosto de 2017.

Jonatas Rabelo Teles, de 24 anos, e mais dois comparsas, invadiram um motel no bairro Jardim Marco Zero, na zona sul da capital, de onde levaram dinheiro e objetos pessoais de funcionários e clientes. Após o roubo, os assaltantes fugiram deixando as vítimas imobilizadas com braçadeiras.

Reconhecido por câmeras de segurança

Depois de meses de investigação, a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) conseguiu identificar Jonatas Rabelo, o “Bagudo”, que foi reconhecido através de imagens de câmeras de segurança de uma loja de material de construção, de onde o criminoso comprou as braçadeiras usadas para imobilizar as vítimas no motel.

“Ele usava uma camiseta de uma farmácia. Descobrimos que ele não exercia nenhuma atividade nessa empresa. Nós constatamos isso através de interrogatórios com a farmacêutica que é proprietária da farmácia, com funcionários e com a própria genitora do criminoso”, disse o delegado Glemerson Arandes, que investiga o caso.

Delegado Glemerson Arandes: criminoso agia livremente durante o semiaberto. Foto: Olho de Boto

Emprego de fachada

O delegado relatou também que, paralelamente, foi instaurado um inquérito para proceder sobre falsidade ideológica, no qual foram indiciados a mãe do detento e a proprietária da farmácia.

“Ficou evidente pela declaração de todos que a mãe de Jonatas Rabelo foi até a farmácia e propôs à proprietária que concedesse o atestado de trabalho, independente que o filho trabalhasse ou não. Ela [a mãe] iria pagar o salário dele”, detalhou Arandes.

A investigação da Polícia Civil indicou também, por depoimentos de funcionários, que Jonatas Rabelo comparecia ao local de trabalho esporadicamente, permanecia por no máximo uma hora e desaparecia.

“Há várias situações que não conferem com o que foi declarado à Vara de Execuções Penais. Nessa cidade, há centenas de comerciantes que concedem atestados inverídicos, que possibilita que esses delinquentes fiquem aqui fora praticando crimes “, concluiu o delegado da DECCP.

Jonatas Rabelo Teles, o “Bagudo” está sendo procurado pela Justiça. Informações que possam levar o assaltante à prisão devem ser repassadas via 190.

Seles Nafes
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