ANDRÉ SILVA
Iniciou nesta segunda-feira (18), na Universidade Federal do Amapá (Unifap), o Chamado Internacional dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará. O evento, considerado o maior encontro internacional de povos indígenas da Amazônia, acontece pela primeira vez no estado, e reúne povos de mais de 40 etnias, até o dia 22.
Nesta segunda-feira, na abertura, índios marcharam do Marco Zero do Equador até a Unifap. O chamado reúne mais três encontros que estão sendo organizados pela Coordenação das Organizações indígenas da Bacia Pan Amazônica (Coica), são eles: o Segundo Congresso de Índias da Amazônia, a 4ª Cumbra dos Povos e o 9° Congresso da Coica.
A intenção do evento, segundo uma das coordenadoras do encontro, Simone Karipuna, é chamar a atenção do poder público para a sua responsabilidade no acesso dos povos indígenas às políticas públicas implementadas por ele, como: saúde e educação.
“Por falta dessa assistência, a gente tem uma saúde que não atende à necessidade do indígena, e uma educação que precisa melhorar quanto a sua estrutura”, falou Karipuna.
Para um dos principais apoiadores do evento, o governo do Amapá, há um grande esforço empreendido para a melhoria da assistência ao indígena, mas, ainda há muito o que melhorar.
“Umas das grandes dificuldades é atender às especificidades dos povos indígenas. A gente sabe que existem leis que atendem aos povos, mas, implementar essas leis é o grande problema”, falou Fabiano Maciel, secretário Extraordinário dos Povos Indígenas do Amapá (Sepi).
A Unifap também se apresenta como um dos principais apoiadores do evento. A instituição já oferece o curso de licenciatura intercultural indígena. Ao final do encontro, segundo a vice reitora, Adelma Barros, haverá uma discussão sobre a reserva de vagas para indígenas nos cursos da universidade.
“Neste evento, nós vamos conversar sobre questões de políticas públicas para o indígena, questões ambientais, e, no fim do evento, vamos discutir acerca da reserva de vagas para a população indígena”, reforçou.