Jandiá: moradores que cultivam plantas temem perder renda com desocupação

Decisão judicial remanejará quase 400 famílias do entorno do igarapé, que é Área de Preservação Permanente da Marinha
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RODRIGO INDINHO

Moradores que cultivam plantas na divisa do Bairro Pacoval e São Lázaro, na zona norte de Macapá, temem ficar sem moradias e sem como sustentar a família após a decisão da Justiça Federal, que determinou a desocupação da área do entorno do Igarapé do Jandiá.

Segundo os agricultores que cultivam na área plantas medicinais, ornamentais e frutíferas, eles perderão toda sua renda mensal que é tirada das terras onde vivem.

Daniel Magalhães, de 59 anos, mora e cultiva as plantas em seu imóvel há mais de 20 anos. Ele disse que não terá como sobreviver se deixar o local.

Daniel Magalhães: sair do igarapé significa perder fonte de renda. Fotos: Rodrigo Indinho

“Trabalho como ambulante vendendo as mudas na rua, esse é o sustento da minha família. Já que minha renda é tirada daqui, tenho medo de ficar sem casa e ter o que comer… espero que os governantes e a Justiça tenham uma sensibilidade com os moradores que não podem ficar jogados por aí que nem lixo”, disse o morador.

Roberto Gomes, de 52 anos, mora e cultiva pés de açaí e outras plantas frutíferas no local há 13 anos. Segundo ele, não tem como cultivar em um apartamento. O ideal seria ser contemplado com lotes.

“O problema é como será agora sem o espaço que tenho para plantar e cultivar minhas mudas. Saindo daqui, será difícil. Até se ganhar um apartamento não tem local para o meu trabalho. Espero que o poder público dê uma opção de um terreno para gente. Para nós séria ideal, já que o Estado não tem condição de dar apartamento para o povo, e tem muita terra. Loteasse, e chegasse conosco e nos contemplasse com um terreno e desse um prazo pra gente poder fazer aproveitamento de uma parte do nosso material, assim sairemos satisfeitos”, reclamou o autônomo.

Mais de 380 famílias devem desocupar a área do Igarapé do Jandiá após determinação do juiz João Bosco Soares. O processo que trata do terreno deve estar finalizado até o dia 6 de julho.

Seles Nafes
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